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Policiais civis trazem acusado de matar namorada a facadas para o DF

Antônio Pereira Alves, 40 anos, foi encontrado no Maranhão e está sendo trazido nesta quarta (27) para o Distrito Federal

atualizado

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Reprodução/Vídeo
prisao de feminicida
1 de 1 prisao de feminicida - Foto: Reprodução/Vídeo

Policiais da 6ª DP (Paranoá) prenderam no Maranhão e trazem, na tarde desta quarta-feira (27/3), Antônio Pereira Alves, 40 anos, para o Distrito Federal. Ele é acusado de matar a namorada, Maria dos Santos Gaudêncio, 52. O corpo da vítima foi encontrado na última semana em estado de putrefação, com cinco facadas. O casal namorava há cerca de dois anos.

Antônio deve ser apresentado ainda nesta quarta à Justiça. De acordo com a delegada-chefe da 6ª DP, Jane Klébia, Antônio foi localizado em sua terra natal, no município de Santa Quitéria (MA). O criminoso será transportado para Brasília e apresentado à Justiça.

Tudo indica que Maria foi morta em 17 de março. O corpo dela, porém, foi achado pela filha mais velha, de 28 anos, dois dias depois, na Quadra 2 da Fazendinha, no Itapoã. Ambas moravam juntas.

A jovem saiu para comemorar o aniversário do namorado e, quando retornou, na segunda (18/3), encontrou o quarto da mãe trancado. Na noite de terça (19), ela começou a sentir um odor forte e resolveu arrombar a porta. Os bombeiros e a PM foram chamados.

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Como nada foi roubado, a suspeita do assassinato recaiu sobre o namorado. Isso porque era a única pessoa que tinha acesso à casa, segundo familiares da vítima. De acordo com a delegada Jane Klébia, não há registros anteriores de violência doméstica contra o homem.

Ela disse que existem indícios de que o feminicídio tenha sido premeditado. No sábado (16), segundo as investigações, Antônio pediu adiantamento de salário na barbearia onde trabalhava. Na segunda (18), demitiu-se, alegando que havia ganhado na loteria. Chegou a dizer que doou roupas velhas, conforme mensagem encaminhada ao patrão.

Uma testemunha relatou ter visto a vítima junto com Antônio no domingo (17), na porta de casa. Por volta das 23h, ele teria deixado o local às pressas de bicicleta. A filha mais nova de Maria, que não reside com ela, a viu pela última vez no mesmo dia. A mãe foi visitá-la com o namorado. De acordo com o relato, Maria queria ter ficado mais tempo, mas Antônio a convenceu a deixar o local.

Na 6ª DP, a caçula disse que sua mãe chegou a lhe mostrar algumas mensagens trocadas entre ela e Antônio em que ambos discutiam, mas “nada sério”, conforme contou. Maria tinha um bar ao lado de casa. Assim como na residência, nada foi roubado do estabelecimento.

Outros casos
Este é o 6º caso de feminicídio no DF apenas neste ano. Até a semana passada, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) registrou 3.101 ocorrências de violência doméstica.

O primeiro feminicídio no DF em 2019 foi registrado na madrugada do dia 5 de janeiro. Vanilma Martins dos Santos, 30 anos, foi morta com uma facada pelo homem que era seu marido há anos. Os dois viviam juntos no Gama e tinham um filho pequeno.

No dia 28 de janeiro, Diva Maria Maia da Silva, 69 anos, recebeu cinco tiros no apartamento da família, na Asa Norte. O assassino era Ranulfo do Carmo, 74, também companheiro da vítima.

Apenas dois dias depois, foi a vez de Veiguima Martins, 56 anos, morrer. Ela já havia registrado ocorrência por ameaça e lesão corporal contra o marido. Depois de matá-la a facadas no quarto do casal, ele ateou fogo no apartamento para tentar encobrir o crime e acabou morto também.

Ainda em janeiro, Patrícia Alice de Souza, 23 anos, foi atingida por um tiro nas costas. As investigações concluíram que foi feminicídio.

Cevilha Moreira dos Santos, 45, foi encontrada morta no dia 11 de março, em Sobradinho. A vítima tinha marcas de facada no peito. O namorado dela é o principal suspeito.

Neste 2019, o Metrópoles inicia um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.

O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileira.

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