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Parceria! Veja histórias de pais e filhos que dividem a mesma vocação

O Metrópoles seleciona histórias de quatro famílias em que os filhos, por escolha, seguiram a mesma carreira dos pais

atualizado

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Brasília (DF), 06/08/2019. Pai, Pete Coe, e filho, Pedro Coe, dividem a rotina de trabalho no Balsamo Spa. Foto: Jacqueline Lisboa/Esp. Metrópoles
1 de 1 Brasília (DF), 06/08/2019. Pai, Pete Coe, e filho, Pedro Coe, dividem a rotina de trabalho no Balsamo Spa. Foto: Jacqueline Lisboa/Esp. Metrópoles - Foto: null

No Brasil, mais de 80% das famílias têm a mulher como primeira responsável pelo domicílio. E mais: cerca de 5,5 milhões de pessoas não possuem o nome do pai na certidão de nascimento. Para muitos, é uma epidemia de abandono paterno.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) deixam claro que, apesar de constantes campanhas por uma parentalidade consciente, ainda há bastante a ser feito para que o Dia do Pais seja motivo de festa em todos os lares brasileiros. No entanto, enquanto muitos fogem da responsabilidade, outros a abraçam com destemor e carinho.

O Metrópoles selecionou quatro famílias em que o pai não é apenas uma figura presente mas também inspirou os rebentos em suas escolhas profissionais.

A vantagem? Todos somam a experiência de quem já tem mais tempo de estrada à curiosidade dos millennials, que encaram o mercado de trabalho de outra forma. Em vez de um conflito geracional, há troca. No lugar de brigas, parceria. Os resultados vão além da conta bancária. “Hoje, tenho um tempo de qualidade com meu filho”, conta

o policial civil e treinador Erycson Boueri Coqueiro.

Pete e Pedro Coe
Jacqueline Lisboa/ Esp. Metropoles
Pete Coe e filho, Pedro Coe, trabalham oferecendo bem-estar

Pete Coe, 62 anos, cresceu em uma família que já tinha certa “orientação alternativa”. O mood “paz e amor” pautou sua criação. Ao ficar doente, por exemplo, era comum ser tratado com homeopatia em vez de remédios convencionais. Essa cultura seguiu intrínseca em sua rotina até que, há 15 anos, decidiu fazer dela um negócio.

À frente do Bálsamo Spa Natural, no Lago Norte, o empresário propaga uma cultura zen. Por lá, é regido pelos conceitos da naturopatia. Os tratamentos englobam massagens e terapias corporais. Os clientes podem passar um dia ou até meses, se assim desejarem. A alimentação, baseada em frutas e verduras livres de agrotóxico, é um pilar desse detox que promove bem-estar. E aí que a história profissional de Pete encontra a do filho, Pedro.

Formado em gastronomia em 2007, o jovem de 28 anos comandava o restaurante Doca, charmoso empreendimento às margens do Lago Paranoá, e seguia caminho próprio.

Em 2014, se juntou ao pai e criou a Bálsamo Congelados Saudáveis. Clientes do spa e interessados em uma alimentação leve podem usufruir dos produtos.

“Meu pai percebeu essa demanda dos clientes, de querer levar uma parte do spa para casa. São negócios complementares”, conta Pedro. Ter o pai como sócio não é um problema, embora Pete admita que, de vez em quando, precisa dar “uns cascudos” no jovem.

Ter um vínculo empresarial com seu filho te obriga, de certa forma, a estar mais presente e a encontrá-lo com mais frequência do que se ele tivesse um emprego como funcionário público, por exemplo

Pete Coe

“O mais marcante é entender que meu pai enxerga as empresas como um sonho. Embora seja algo real e concreto, ele continua sonhando diariamente. Vejo que muitas pessoas não têm um propósito de vida. E ele tem um. Acredita e corre atrás. Isso me inspira”, emociona-se Pedro Coe.

O pai devolve o elogio: “Pedro é um foguete para trabalhar, para pensar. Mesmo tendo os seus compromissos e suas farras, está sempre aqui, cumprindo seu ideal”, encerra.

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Família Alvarenga
Vinicius Santa Rosa/Metrópoles
A família Alvarenga ajuda a preservar a memória do samba na capital do país

No cenário musical brasiliense, mais especificamente nas rodas de samba, um sobrenome chama atenção. Se algum Alvarenga compõe a gig, acredite: a promessa é som de qualidade do começo ao fim da festa. A alegria e o talento têm origem no genitor Dilermando Alvarenga, 72, e parece estar no DNA dos descendentes. Dois dos três filhos, Yara e Junior, se apaixonaram pela música ainda crianças e decidiram compartilhar a vocação com o pai. A única filha que não se rendeu ao oficio deu à luz o primeiro integrante da terceira geração musical da família, João Alvarenga.

Juntos, eles ajudam a preservar a memória do samba na capital do país, mesmo que medidas como a Lei do Silêncio tenham feito o mercado da música encolher em Brasília.

Com o fechamento de casas tradicionais, “Juninho” Alvarenga, 32, foi morar no Rio de Janeiro. Lá, empresta talento e versatilidade a expressivos grupos de samba. A formação em cavaquinho, violão e percussão na Escola de Música de Brasília e o talento associado ao sobrenome lhe rendeu convites para tocar com importantes sambistas do país, como Reinaldo, Jorge Aragão, Monarco e Nelson Sargento.

Mais jovem dos Alvarengas, João, neto de Dilermando, segue concentrado nos instrumentos e na missão de não deixar o samba “morrer ou acabar”. Aos 20 anos, ele integra dois projetos musicais e tem planos de continuar o legado do mentor da família.

Já Yara, 40, chegou a viver exclusivamente da música por três anos, mas decidiu abrir um negócio paralelo para dar segurança financeira à  família. A música, no entanto, não deixou de ser prioridade. Pelo contrário: permanece a profissão da qual a filha de Dilermando tem mais orgulho.

Lá em casa, é assim: juntou, dá samba. E é sempre bom tocar ao lado deles, temos orgulho um do outro. Meu pai se tornou referência no DF, não só pelo que ele representa musicalmente mas também pela pessoa incrível que ele é. Um ser com um senso de justiça admirável que nos ensinou a viver a vida no hoje e no agora

Yara Alvarenga
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Eryckson e Renzo Coqueiro
Vinícius Santa Rosa/Metrópoles
Erycson Boueri Coqueiro é instrutor de jiu-jítsu na Bodytech do Lago Sul, e o filho, o judoca Renzo Ferreira Boueri Coqueiro, é faixa-marrom de judô. Os dois treinam juntos há mais de 10 anos

Antes que frases como “força, foco e fé” se disseminassem nas redes sociais e a cultura fitness se tornasse algo corriqueiro para parte da população, Erycson Boueri Coqueiro já tinha um lifestyle pautado pela prática de musculação e esportes.

Aos 51 anos, o policial civil treina em academias há quase quatro décadas. Vinte anos atrás, conheceu o jiu-jítsu e se apaixonou pela modalidade. Hoje, é instrutor da luta na academia Bodytech. Entre os colegas de treino, um é especial: o filho Renzo Ferreira Boueri Coqueiro, faixa-marrom de judô.

Renzo tem apenas 16 anos, mas já divide os tatames com o pai há 10. Embora não seja um lutador profissional, o jovem participou de diversos campeonatos e é um prodígio na área.

No começo, algumas pessoas torciam o nariz ao ver um jovem franzino levantando peso. Eryckson manteve-se alheio às críticas e continuou incentivando o filho a continuar a rotina saudável.

Muita gente estranhava ver uma criança malhando, mas, se você treinar corretamente, não sobrecarrega os músculos e tendões. Claro que ele não fazia séries de hipertrofia. Somente hoje atingiu essa maturidade

Erycson Boueri Coqueiro

Na hora de malhar, não há pressão nem estresse. “São momentos de companheirismo. Muitos pais não criam os filhos, e eu faço o contrário, procuro passar o maior tempo possível com ele”, garante. Mesmo nas competições, a família tenta manter a mente sã e a convivência tranquila. “Não fazemos um culto ao corpo ou a resultados. Não há competitividade, mas sim amizade”, assegura.

 

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Carlos Carpaneda e Erick Carpaneda
Jacqueline Lisboa/Esp. Metropoles
Carlos Carpaneda compartilha a profissão e o negócio com o filho. Os caminhos de ambos foram semelhantes. Eles também se formaram na mesma universidade, a UnB

Na família Carpaneda, a vocação médica e a habilidade de trabalhar com a autoestima das pessoas, marca registrada do cirurgião plástico Carlos Carpaneda, foram herdados pelo filho, Erick. Os dois nunca haviam tido uma conversa formal sobre o que o primogênito faria do futuro, até que Carlos foi surpreendido com a aprovação de Erick em medicina na Universidade de Brasília (UnB). Uma espécie de remake da vida real: há 43 anos, em 1976, Carlos Carpaneda formou-se na mesma instituição, curso e residência.

Sempre fomos muito próximos. Quando eu era criança, acompanhava meu pai em pesquisas, observava ele trabalhando e aquilo foi me tocando de alguma forma. Não tive dúvidas da minha escolha e não me arrependo da decisão que tomei. Quando a gente trabalha com o que gosta e com quem gosta, as conquistas são mais prazerosas

Erick Carpaneda

Juntos, pai e filho revezam as responsabilidades e a agenda na Clínica Carpaneda, uma das maiores do ramo no Centro-Oeste. Enquanto um cuida de tudo pela manhã, o outro assume o turno da tarde. A convivência é intensa, e o trabalho, complexo. No entanto, nos corações do pai e do filho, não há espaço para brigas – só para orgulho mútuo. 

Além de Erick, Carlos é pai da arquiteta Laísa Carpaneda. “Gosto de pensar que meus filhos constroem resultados. Nunca quis exercer influência sobre o que eles iriam fazer, mas confesso que as decisões que ambos tomaram me fizeram um pai muito feliz e realizado.”

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