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Conheça o “reducetarianismo”, o meio do caminho entre o bacon e o tofu

Movimento alimentar defende que a simples redução do consumo de proteína animal já geraria impactos significativos no ambiente e na saúde

atualizado

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Na foto, garfos com alimentos - Metrópoles
1 de 1 Na foto, garfos com alimentos - Metrópoles - Foto: iStock

Desde que o tema da alimentação consciente e saudável passou a rondar tanto a vida moderna quanto a lista de “adicionados recentemente” do Netflix, há um elefante branco habitando os pratos dos carnívoros. O dilema incomoda aqueles que dividem o coração em pé de igualdade entre o hambúrguer da lanchonete preferida e os animais – vivos, no caso. Adoram a promoção de filé mignon do supermercado, mas, às segundas-feiras, trocam a bolonhesa pelo grão-de-bico.

Essa pessoa (com a qual você talvez já conviva na sua roda de amigos) não é hipócrita. Segundo um novo movimento alimentar que tem ganhado adeptos em todo o mundo, poderia muito bem ser um “reducetariano”: alguém que não se define nem como vegetariano nem como vegano – e nem gostaria –, mas escolheu reduzir os produtos de origem animal da dieta.

Não que a “doutrina” seja nova, mas quem deu nome a ela foi o norte-americano Brian Kateman, em 2014, quando fundou a Reducetarian Foundation, dedicada a incentivar a diminuição do consumo de alimentos de origem animal sem a necessidade de rótulos considerados mais radicais. “Esse conceito é atraente porque nem todo mundo está disposto a seguir uma dieta de ‘tudo ou nada’’, diz um texto na página da entidade na internet. “No entanto, o reducetarianismo ainda é inclusivo para veganos, vegetarianos e todo mundo que reduz a quantidade de produtos animais de sua dieta”, continua.

Reprodução/YouTube
Kateman durante uma palestra para o TED Talks sobre a “batalha” entre veganos, vegetarianos e carnívoros

 

A ideia, Kateman diz, veio depois que cansou de lidar com os olhares de reprovação de amigos e familiares toda vez que sucumbia a um pedaço de peixe, embora se dissesse vegetariano. “Não existe ‘falhar’ quando se quer comer melhor”, ele defende em entrevistas.

Para a nutricionista Julia Dovera, adepta da alimentação vegana, a ideia do movimento de que ninguém precisa ser “8 ou 80” pode ser uma boa forma de abrir as portas a um novo estilo de nutrição para os reticentes.

Acredito que o movimento vem trazendo equilíbrio e tornando as pessoas cada dia mais conscientes em relação aos conceitos do veganismo. De uma forma gradual, conseguimos nos habituar melhor e entender os principais motivos que levam as pessoas a reduzirem a carne na alimentação, além de aprenderem que é possível ter uma refeição completa sem a presença dela.

Julia Dovera, nutricionista

Um dos principais argumentos dos reducetarianos é que uma simples diminuição de 10% no consumo de carne, ovos, leite e derivados já causaria um grande impacto no mundo. Além da consequência óbvia – menos animais mortos –, eles dizem que a indústria consome grandes quantidades de água para levar a carne até a sua mesa, além de emitir gases tóxicos e abusar do uso de antibióticos. Nos EUA, por exemplo, ela é responsável por 80% de todo o uso de antibiótico do país e por 15% da emissão de gases estufa.

Despacito
Para os iniciantes, Kateman sugere aderir a movimentos já conhecidos pelas redes sociais, como o Segunda Sem Carne, ou ainda adotar estratégias como deixar a proteína animal apenas para o jantar ou empurrar o bife à parmegiana para o fim de semana.

“Minha dica é que as pessoas procurem entender o que a diminuição de carne pode gerar de aspecto positivo em relação à questão ambiental, de saúde e dos animais”, sugere Julia. “Analisar com um aspecto crítico e consciente os fatos que levam as pessoas a diminuírem o consumo, procurar experiências vividas por pessoas que acreditam nesse estilo de vida”, incentiva. Segundo a nutricionista, a ideia de que uma dieta pobre em carne e outras proteínas animais leva a prejuízos para a saúde é falsa – mesmo no caso de atletas.

“Sou atleta de CrossFit e sempre me preocupei com a performance. Acreditava que se retirasse a proteína animal perderia massa magra e engordaria, pelo maior consumo de carboidratos. Mas me sinto mais forte, mais condicionada e emagreci 10kg após me tornar vegana”, conta.

Se a ideia de um prato de arroz com feijão sem bife não te apetece, a nutricionista indica umas receitas para substituir algumas refeições. Existem outras no Instagram dela.

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