Nível baixo de testosterona aumenta chances de Alzheimer, diz estudo
Pesquisadores australianos analisaram dados de 160 mil homens para identificar associações entre a testosterona e a ocorrência de Alzheimer
atualizado
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Níveis baixos de testosterona aumentam as chances de homens adultos desenvolverem Alzheimer e demência. A descoberta faz parte de um estudo liderado pela Universidade da Austrália Ocidental, que analisou dados sobre a saúde de 159.411 homens recolhidas durante um período de sete anos.
Entre os envolvidos na pesquisa, 826 desenvolveram demência, incluindo 288 com doença de Alzheimer. O estudo foi publicado em janeiro na revista Alzheimer’s and Dementia e indicou que homens com testosterona baixa tiveram um índice 43% maior de risco para demência incidente e um risco 80% maior para Alzheimer.
As informações vieram base de dados UK Biobank, que contém fichas médicas detalhadas de mais de 500 mil pessoas no Reino Unido. A idade média dos participantes era de 61 anos.
“Em comparação com os homens que permaneceram livres de demência, aqueles que desenvolveram demência durante o acompanhamento eram mais velhos, tinham menos qualificações universitárias e um histórico maior de depressão, lesão cerebral traumática e uso de drogas”, indicou o documento.
Segundo a pesquisa, em homens com 50 anos ou mais, concentrações mais baixas de testosterona foram independentemente associadas com maior incidência de demência e Alzheimer. A idade média no diagnóstico da demência foi de 70 anos, com 676 (82%) dos homens diagnosticados aos 65 anos de idade.
O modelo do estudo é observacional, isso quer dizer que não há relação de causa e efeito direta, ou seja, não é apenas a taxa de testosterona que influencia no desenvolvimento das doenças analisadas.
Alzheimer
Acometendo, principalmente, idosos com idade superior a 65 anos, a doença de Alzheimer é uma demência que causa perda das funções cognitivas, como, por exemplo, a memória. Por essa razão, a patologia é conhecida, sobretudo, pelo esquecimento de nomes, situações e atividades do cotidiano.
Sua causa ainda não é conhecida pela medicina e não há cura para o mal que acomete cerca de 1 milhão de brasileiros, segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Aprenda a identificar sinais de doenças neurodegenerativas em idosos

O Parkinson, o Alzheimer e a demência são doenças neurodegenerativas que afetam principalmente a população idosa. As condições são progressivas e, com o passar do tempo, o paciente torna-se mais dependente do cuidado de terceiros Getty Images

É comum que, no estágio inicial, os sintomas sejam confundidos com o processo natural do envelhecimento. No entanto, familiares e pessoas próximas devem ficar atentas aos sinais Getty Images

Também é importante buscar ajuda de médicos, pois quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores serão as chances de controlar o caso e retardar o avanço das doenças, bem como aumentar a qualidade de vida dos pacientes Divulgação

O Parkinson provoca a morte de neurônios que produzem dopamina e desempenham papel importante no sistema locomotor. Os homens são os mais acometidos Pixabay

Os familiares do paciente devem ficar atentos aos primeiros sinais de lentidão, rigidez muscular e tremores frequentes, que são mais característicos desta condição Pixabay

O Alzheimer, por sua vez, afeta mais a população feminina. Ele provoca a degeneração e a morte de neurônios, o que resulta na alteração progressiva das funções cerebrais Pixabay

As consequências mais recorrentes são o comprometimento da memória, do comportamento, do pensamento e da capacidade de aprendizagem Pixabay

A demência é progressiva e os sintomas iniciais bastante conhecidos: perda de memória e confusão são os mais comuns. A condição atinge até 25% das pessoas com mais de 85 anos no Brasil Pixabay

Problemas na fala e dificuldade em tomar decisões também estão entre os sinais. Porém, há outros indícios sutis que podem alertar para o desenvolvimento de alguns tipos de doenças degenerativas Pixabay

Problemas de visão: um estudo feito no Reino Unido pela UK Biobank mostra que pessoas com degeneração macular relacionada à idade têm 25% mais chance de ter demência Pixabay

Perda auditiva: pode estar ligada a mudanças celulares no cérebro. Mas a perda de visão e audição pode levar o idoso ao isolamento social, que é conhecido há anos como um fator de risco para Alzheimer e outras formas de demência Agência Brasil

Mudanças de humor: pessoas com quadros iniciais de demência param de achar piadas engraçadas ou não entendem situações que costumavam achar divertidas e podem ter dificuldade de entender sarcasmo Pixabay

Problemas na gengiva: pesquisas apontam que a saúde bucal está relacionada a problemas mentais e pode estar ligada também à diabetes tipo 2, pressão alta, colesterol alto, obesidade e alcoolismo — todos também são fatores de risco para a demência Reprodução

Isolamento social: o sintoma pode aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. A falta de paciência com amigos e familiares e a preferência por ficar sozinho podem ser sinais de problemas químicos no cérebro ou falta de vitaminas Pixabay

Outros sinais que podem indicar doenças neurodegenerativas, são: desinteresse pelas atividades habituais, dificuldade em executar tarefas do dia-a-dia, repetir conversas ou tarefas, Desorientação em locais conhecidos e dificuldade de memorização Pixabay