Médica indica quais são os melhores hábitos para prevenir o Alzheimer
A doença é um dos principais tipos de demência e pode ser evitada com hábitos do dia a dia. Geriatra explica quais são
atualizado
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O Alzheimer é uma das demências mais conhecidas e é caracterizado pela perda gradual de funções cognitivas, como a memória, o raciocínio, a concentração e a comunicação. Os sintomas são causados pela morte de células cerebrais e a progressão da doença é dividida em três estágios: leve, moderado e grave. Apesar de não ter cura, quando o Alzheimer é diagnosticado e tratado precocemente, pode ser freado com medicamentos.
De acordo com a Associação Internacional de Alzheimer (ADI), o número de pessoas com a condição deve atingir 75 milhões em todo mundo em 2030. Mas, apesar de ser uma doença diretamente ligada à velhice, devido ao tempo que leva para se instalar e causar efeitos ao paciente, é possível tomar algumas atitudes ainda na juventude para evitar a perda das funções cognitivas e prolongar a qualidade de vida.
Em entrevista ao Metrópoles, a geriatra Celene Queiroz Pinheiro, presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz) da regional São Paulo, indica os melhores hábitos para prevenir a condição degenerativa. A médica ressalta que a tomada precoce das medidas pode prevenir até metade dos casos de Alzheimer.
1. Prática regular de exercícios físicos
“O ideal é praticar 150 minutos semanais de atividades intensas, como corridas e musculação, ou 300 minutos de atividades de baixa intensidade, como caminhadas e yoga”, comenta Celene. De acordo com um estudo da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, praticantes de exercícios físicos têm até 33% menos chance de desenvolver demência.
2. Controlar o colesterol e a diabetes
O controle de doenças crônicas é essencial para evitar condições degenerativas, e existem vários estudos que indicam a relação delas com problemas como o colesterol alto e o alto nível de açúcar no sangue.

Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomas PM Images/ Getty Images

Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images

Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoce Westend61/ Getty Images

Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do ano urbazon/ Getty Images

Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doença OsakaWayne Studios/ Getty Images

Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comuns Kobus Louw/ Getty Images

Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doença Rossella De Berti/ Getty Images

O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vida Towfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images
3. Alimentação variada
A opção por alimentos naturais e com nutrientes variados, como proteínas, verduras, carboidratos e fibras, é essencial para combater o desenvolvimento de demências. Ingredientes ricos em fibras, como folhas verdes e frutas, e em ômega-3, como peixes, por exemplo, são considerados importantes no combate ao Alzheimer.
4. Socialização
Além de praticar exercícios físicos, ter a saúde em dia e uma alimentação saudável, a geriatra ressalta a importância da socialização na prevenção de doenças degenerativas. Estudos confirmam que ter muita interação social, conversando com amigos e parentes com frequência, pode até reverter os primeiros sinais de perda cognitiva.
5. Vacinação em dia
“Os benefícios das vacinas vão além de prevenir contra as doenças-alvo, e ajudam também a evitar o desenvolvimento de doenças como o Alzheimer. Entre elas estão a vacina contra a gripe e contra a pneumonia”, ensina Celene. Segundo a médica, os imunizantes impedem que o cérebro se desgaste com infecções virais e bacterianas e tenha qualquer tipo de morte celular, que está relacionada com as condições neurodegenerativas.
6. Evitar álcool e cigarro
A relação do Alzheimer com hábitos como o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas é comprovada por estudos recentes. De acordo com especialistas e pesquisadores em saúde, as substâncias podem provocar a perda mais agressiva e rápida das funções cognitivas.
7. Reserva cognitiva
“Uma das melhores formas de prevenção contra o Alzheimer é estimular a mente com estudos, leituras e cursos diversos. Essas práticas aumentam a reserva cognitiva e previnem a morte das células cerebrais”, aponta a médica.
Outras formas eficientes de prevenção do Alzheimer indicadas pela especialista são ter uma boa noite de sono e estar atento a perdas auditivas, pois quando não são tratadas, elas podem resultar na queda da cognição.
A presidente da ABRAz em São Paulo lembra que a associação realiza a Jornada do Alzheimer no dia 17/9, evento online para ressaltar a importância da prevenção e da divulgação de informações, tratamentos, diagnósticos e provocar a reflexão sobre a doença degenerativa.
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