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Entenda como pimentas ajudaram a pesquisa que ganhou Nobel de Medicina

Substância presente no fruto ajudaram os cientistas a descobrir os receptores de temperatura no corpo humano

atualizado

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Karolina Grabowska/Pexels
pimenta malagueta
1 de 1 pimenta malagueta - Foto: Karolina Grabowska/Pexels

Nesta segunda-feira (4/10), os vencedores do prêmio Nobel de Medicina foram divulgados, e os cientistas David Julius e Ardem Patapoutian receberam a honraria por uma pesquisa que descobriu quais são os receptores de temperatura e toque no corpo humano. A descoberta, considerada essencial, pode ajudar o desenvolvimento de tratamentos contra dores crônicas no futuro.

A pesquisa inovadora, porém, começou de forma humilde: com pimentas. Julius estudava especificamente a capsaicina, um princípio ativo presente no fruto e que é responsável pela sensação de queimação. Quando ingerida em excesso, a capsaicina pode causar dor.

O cientista e sua equipe catalogaram milhões de fragmentos de DNA com genes que reagem à dor, calor e ao toque nos neurônios sensoriais. Eles inseriram alguns desses genes em células que não reagem à capsaicina normalmente e testaram um por um para encontrar qual é o responsável pela sensibilidade à substância.

Sensação de calor

Em outra fase da pesquisa, Julius descobriu que o receptor de capsaicina também é sensível ao calor em temperaturas altas o suficiente para serem consideradas dolorosas.

“Esse foi o caminho para essas descobertas, o mecanismo de detecção de como os nervos podem realmente ser ativados quando encontramos estímulos de temperatura, toque e pressão. A pimenta malagueta foi o começo, mas a descoberta foi muito mais profunda do que isso”, explica Thomas Perlmann, secretário geral do prêmio Nobel, em entrevista à CNN Internacional.

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