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Câncer de colo do útero: entenda prevenção, sintomas e tratamento

A doença, que pode ser descoberta durante exame de rotina, atinge altas taxas de cura quando detectada e tratada no início

atualizado

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1 de 1 UTERO-MELHOR - Foto: istock

O câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente nas mulheres – atrás apenas do de mama e do colorretal – e a quarta causa de morte por câncer entre a população feminina no Brasil, de acordo com o O Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença, entretanto, pode ser descoberta durante exame de rotina e atinge altas taxas de cura quando detectada e tratada no início.

Causa
O câncer do colo do útero é causado pela infecção persistente do papilomavírus humano (HPV), principalmente por seus subtipos chamados de oncogênicos. “Além disso, outros fatores de risco associados são: início precoce da atividade sexual, múltiplos parceiros, histórico de verrugas genitais, tabagismo e pacientes com doenças imunossupressoras”, alerta o ginecologista José Moura, do Hospital da Mulher Anchieta.

O médico explica que a infecção por HPV é bastante frequente e não evolui para a doença em grande parte das vezes, sendo combatida pelo sistema imunológico da paciente. Entretanto, quando há alterações celulares, os casos podem evoluir para o câncer. “Descobrimos essas lesões precursoras durante a realização do exame preventivo papanicolau. Por isso, é fundamental que as mulheres procurem um médico periodicamente. Quando o tumor é detectado no início, há chance de cura na maioria dos casos”, explica Moura.

Segundo o especialista, o papanicolau deve ser feito em mulheres de 25 a 64 anos de idade que já tiveram relação sexual, conforme diretriz do Ministério da Saúde. Em relação à frequência, ele explica que precisar ser realizado a cada três anos, após dois exames normais consecutivos no intervalo de um ano.

Prevenção
O uso de preservativo durante as relações sexuais é fundamental para diminuir o risco de transmissão e infecção pelo papilomavírus humano. A transmissão também pode ocorrer no parto.

Atualmente, existe a vacina contra o HPV. Ela é indicada para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, além de pessoas que vivem com HIV e indivíduos transplantados na faixa etária de 9 a 26 anos. A vacinação é medida preventiva, não sendo eficaz contra infecções ou lesões por HPV já existentes.

A vacinação, o uso de preservativos em todas as relações sexuais e a realização periódica do exame preventivo são as medidas indicadas para prevenção do câncer de colo de útero.

Sintomas
Os sintomas são corrimento vaginal amarelado com odor desagradável, sangramentos menstruais irregulares e sangramento após a relação sexual, além de dores na região do baixo ventre.

Nos estágios mais avançados, a paciente pode apresentar dores pélvicas de forte intensidade, anemia, dores em região lombar, alterações miccionais e no hábito intestinal.

Tratamento
O oncologista do Hospital do Câncer Anchieta, Marcos França, destaca que a prevenção é a melhor estratégia. “A avaliação anual e regular com um ginecologista, com a coleta do material do preventivo pode promover a detecção nas fases iniciais da doença, inclusive antes do desenvolvimento do tumor propriamente dito”, explica.

Além da prevenção, diversos tratamentos podem ajudar, sobretudo quando já houver diagnóstico do tumor. Segundo o oncologista, as opções são procedimentos cirúrgicos, radioterapia, quimioterapia, braquiterapia (tipo de radioterapia interna, na qual o material radioativo é inserido dentro ou na região próxima ao órgão a ser tratado) ou a combinação dessas estratégias.

França conta que, atualmente, existem tratamentos mais modernos para combater o câncer. Ele cita, por exemplo, o uso de novas medicações como os anticorpos monoclonais, que destroem as células tumorais e impedem que o tumor promova o desenvolvimento de vasos sanguíneos para si.

“Mais recentemente, novos estudos mostraram a eficácia da imunoterapia também contra esse tipo de tumor. O tratamento tem por objetivo melhorar o sistema de defesa da paciente para que as próprias células do sistema imunitário combatam a lesão tumoral”, aponta.

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