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Brasil é país do G-20 com mais mortes de Covid-19 por milhão de habitantes

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país lidera o ranking com as 20 principais economias mundiais

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covid no mundo
1 de 1 covid no mundo - Foto: Arte/Metrópoles

O Brasil se tornou nesse domingo (13/9) o país do G-20 – grupo das 20 principais economias do mundo – com o maior coeficiente de mortalidade por Covid-19, com 613,46 mortes por milhão de habitantes, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O valor é calculado dividindo o número total de óbitos da doença pelo da população. Em nono nesse ranking, o país superou o Reino Unido e se aproxima do Equador (com 614,18).

A primeira morte por Covid-19 no Brasil foi anunciada em 16 de março, depois disso, o país já registrou 131.663 óbitos e 4.330.152 casos do novo coronavírus, segundo balanço mais recente. Já a média móvel de mortes por Covid-19, que registra as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana, ficou em 711 nesse domingo. Segundo o consórcio de veículos de imprensa, foram registrados 389 novos óbitos em 24 horas e 14.294 casos. O Ministério da Saúde, por sua vez, relatou 3.573.958 pessoas recuperadas da infecção.

Apesar de a média móvel do Brasil ter apresentado queda nas últimas semanas, saindo do patamar de mil casos em agosto e agora se aproximando de baixar os 700, o coeficiente de mortalidade, que é cumulativo, só aumenta. Em maio, quando alcançou 10 mil mortos, o país estava na 33ª posição por milhão de habitantes.

Mais recentemente, na marca dos 100 mil mortos, o motivo de o Brasil não estar no chamado top 10 dessa análise foi destacado pelo Ministério da Saúde, quando confrontado com o fato de o Brasil só ficar atrás dos Estados Unidos se considerados quantidades absolutas de óbitos e registros positivos.

Domingos Alves, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo, explica que a pandemia no Brasil continua ainda muito intensa. “O número de casos e óbitos tem permanecido num patamar elevado desde o começo do mês de junho. Em cima disso, existem as várias subnotificações e atrasos.”

Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e epidemiologista, vai na mesma linha e observa que o principal motivo para explicar esse coeficiente alto de mortalidade no Brasil é a falta de testagem da população para o novo coronavírus. “O Brasil é um dos poucos países do G-20 que não têm uma política eficiente de testagem e rastreamento dos contatos dos infectados”, disse.

A OMS preconiza que um país, quando começa a controlar a situação, tem positividade dos testes abaixo dos 5%. “O Brasil tem uma média de 30%. No último mês, essa média aumentou. Estamos com 40%, em alguns estados, está acima de 60%, como no Tocantins”, afirmou Alves.

Outro item destacado pelo epidemiologista do Rio Grande do Sul é que o país, nos momentos mais graves, não fez lockdown e distanciamento social rigoroso. “Só retrocedeu, e isso fez com que os números, que já eram altos, explodissem”. Um terceiro motivo que contribui para esse valor, de acordo com Hallal, é o descumprimento de medidas de segurança contra o coronavírus pela própria população brasileira. Os especialistas em saúde ressaltam que os valores por milhão de habitantes também precisam ser contextualizados.

Além das testagens, é preciso observar os diversos estágios da pandemia em cada país, o tamanho da população, a densidade demográfica e até o perfil etário de cada população. A Itália, por exemplo, um dos países que mais sofreram com a pandemia no mundo, começou a ter registros da doença em meados de janeiro. Mas, em maio, já começava a reabertura econômica gradual e marcava quedas nos números de Covid-19, não alcançando mais a marca de mil óbitos por dia (do auge da pandemia).

Entre os países populosos que estão na frente do Brasil, e que têm perfis próximos, apenas a Espanha merece destaque, pois voltou à marca de 10 mil casos por dia nesta semana. Nas Américas, a situação mais crítica nesse quesito é do Peru.

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