metropoles.com

Artrite reumatoide: conheça sintomas, tratamentos e mitos da doença

Doença afeta principalmente mulheres com idade entre 30 e 50 anos. Além dos sintomas físicos, ela pode desencadear distúrbios psicológicos

atualizado

Compartilhar notícia

Getty Images
Imagem colorida de Mulher massageia as mãos - Metrópoles - articulações
1 de 1 Imagem colorida de Mulher massageia as mãos - Metrópoles - articulações - Foto: Getty Images

A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune crônica de origem genética que afeta as articulações. O diagnóstico correto e o tratamento adequado são alguns dos desafios enfrentados pelos pacientes. A doença é até três vezes mais prevalente em mulheres com idade entre 30 e 50 anos, mas pode afetar pessoas de qualquer gênero, idade ou etnia.

Ela causa dores fortes, desgaste ósseo, limitações físicas e o comprometimento psíquico dos pacientes, com quadros de ansiedade e depressão provocados pelas limitações que a condição causa.

Sintomas

Normalmente o quadro de artrite reumatoide se inicia de forma lenta, de acordo com a médica reumatologista Catarina Vilas, da clínica CV Reumatologia, em Brasília. Os primeiros e mais comuns sintomas são:

  • Dores nas articulações pequenas (mãos, punhos e pés);
  • Inchaço e vermelhidão nas articulações, especialmente das mãos;
  • Rigidez e dificuldade de movimentação nas articulações, principalmente ao acordar.

Sintomas menos frequentes são:

  • Nódulos na pele, próximos às juntas;
  • Anemia;
  • Cansaço;
  • Perda de peso;
  • Febre baixa;
  • Olhos, pulmões e outros órgãos também podem ser afetados.

O incômodo é mais frequente pela manhã, após o período de repouso. As dores e rigidez nas articulações fazem com que o paciente tenha dificuldade de realizar ações simples, como abrir uma porta, segurar uma xícara, abotoar a camisa ou amarrar o cadarço do sapato. As dores nos pés dificultam ainda que ele se levante e fique de pé.

Fatores conhecidos por fragilizar o sistema imunológico, como o estresse, o sono desregulado, a falta ou o excesso de atividade física e distúrbios de saúde mental – como a depressão e a ansiedade – podem piorar os sintomas.

O tabagismo, o sobrepeso e doenças associadas também são fatores de risco, bem como uma dieta rica em alimentos inflamatórios, como sal, açúcar, carne vermelha, gorduras saturadas, lactose, produtos embutidos e enlatados.

Mitos sobre a doença

“Todo mundo tem dor. É normal”

De acordo com o reumatologista Thiago Ferreira da Silva, achar que ter dor é normal e acostumar com ela é um dos maiores erros dos pacientes. “Isso acontece tanto com quem já teve o diagnóstico, quanto com quem ainda não foi sabe exatamente qual é o problema. Conviver com a dor é deixar de buscar qualidade de vida, arriscando a liberdade de movimento”, diz o médico.

“Reumatologista é médico de idoso”

Esse entendimento popular pode atrasar o diagnóstico correto da doença e o início do tratamento, fazendo com que o paciente sofra por mais tempo com as dores. Os primeiros sintomas costumam se manifestar ainda durante a idade produtiva, prejudicando a realização das atividades diárias e a vida profissional e social do paciente.

“Artrite reumatoide é uma doença de juntas”

A AR é uma doença sistêmica, ou seja, afeta todo o corpo humano e causa efeitos variados. Por ser autoimune, outras condições desencadeadas pelo mesmo mecanismo são mais frequentes nestes pacientes quando comparados a quem não tem a doença. Por isso, não é raro que essas pessoas tenham outras comorbidades associadas.

“A presença de comorbidades nos pacientes com artrite reumatoide é importante pois pode aumentar ainda mais a chance de um infarto do miocárdio e/ou AVC, com consequente aumento da incapacidade e mortalidade, caso estas doenças concomitantes não sejam reconhecidas e tratadas de forma adequada. Por isso, a abordagem multidisciplinar é fundamental”, afirma Silva.

“Tenho medo de usar medicamento biológico”

De acordo com o reumatologista, o tratamento com imunobiológicos é um avanço no campo da saúde para tratar as doenças autoimunes e pode trazer mais qualidade de vida ao paciente. Ele pode ser administrado por via intravenosa ou subcutânea em ambiente ambulatorial. Depois disso, é possível seguir com as atividades do dia a dia.

Tratamento

A doença pode evoluir com deformidades físicas que costumam ser limitantes ou até mesmo incapacitantes. “Por isso, a importância do diagnóstico e tratamento precoces”, afirma a médica Catarina.

O tratamento deve ser multidisciplinar, focado não apenas em amenizar os sintomas, mas também a origem deles. Ele deve ser feito com a participação de um médico reumatologista, nutricionista, fisioterapeuta ou professor de atividade física e psicólogo, por exemplo.

Para o alívio de sintomas, pode ser feito o tratamento com anti-inflamatórios e corticoides em dose baixa, para dor e inflamação; drogas anti-reumáticas modificadoras para frear o curso da doença; imunossupressores para controlar o sistema imunológico; e imunobiológicos para inibir o processo inflamatório de maneira mais específica.

“Felizmente, com a introdução das medicações imunobiológicas no arsenal terapêutico da AR, houve um grande avanço no tratamento da doença e uma redução significativa de casos graves e incapacitantes. São medicamentos aplicados por via venosa, subcutânea e oral em uso contínuo”, afirma a reumatologista.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?