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Após 56 dias de internação, paciente da Covid-19 luta para voltar a andar

O pintor de paredes Francisco Xavier da Cruz, de 63 anos, quase perdeu a vida depois de ser contaminado pelo coronavírus

atualizado

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Bruna Xavier/ Imagem cedida ao Metrópoles
Francisco Xavier - paciente Covid-19
1 de 1 Francisco Xavier - paciente Covid-19 - Foto: Bruna Xavier/ Imagem cedida ao Metrópoles

Nos dois últimos meses, a vida do pintor Francisco Xavier da Cruz, de 63 anos, sofreu uma reviravolta provocada pela Covid-19. Apesar de ser uma pessoa saudável e ter tomado muitos cuidados para evitar a doença, ele foi diagnosticado com o novo coronavírus no início de setembro.

De lá para cá, Francisco ficou 56 dias internado, foi intubado para que conseguisse respirar, mantido em coma induzido e passou por dez sessões de hemodiálise. Agora, finalmente, em casa, ele tenta recuperar o movimento das pernas. “A doença foi muito agressiva comigo. Não esperava ter passado por nada disso, pois muita gente se recupera rápido”, afirma o morador de Formosa, cidade goiana localizada a 69 quilômetros de Brasília.

Francisco foi internado em 11/09, após sentir muita falta de ar em casa. Os exames mostraram que ele tinha o coronavírus e, aquela altura, já estava com 50% dos pulmões comprometidos. “Ele já não conversava mais de tanta falta de ar que sentia. Nós o levamos para o hospital e, lá mesmo, ele ficou”, conta Bruna Xavier, 26 anos, filha do pintor.

Veja o vídeo do dia em que recebeu alta:

Foram três dias na enfermaria com auxílio de oxigênio, seguidos por 47 dias de internação na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Regional de Formosa e mais seis dias de recuperação antes da alta.

O quadro do pintor foi complicado pela falência renal, seguida de hemorragia grave e infecção hospitalar. “No dia da hemorragia, ele perdeu mais de dois litros de sangue, até os médicos tinham perdido as esperanças”, lembra Bruna.

O desespero da família foi agravado pela impossibilidade de ir visitá-lo. “A única coisa que a gente podia fazer era confiar em Deus e na equipe do hospital. Quando vinham as notícias ruins, eu pedia a Deus que guiasse as mãos dos médicos para o bem do meu pai”, afirma.

Por causa do coma induzido, Francisco quase não tem lembranças do período. “Eu só lembro de entrar no hospital e, depois disso, não ver mais nada. Quando senti que estava melhorando, eu já tinha quase dois meses lá. Para mim, parecia que eram apenas dois dias.” A filha agradece a atenção que a família recebeu da equipe do centro de saúde. “Eles se empenharam muito na recuperação do meu pai e sempre tentaram nos tranquilizar”, conta Bruna.

Comemoração
A alta hospitalar aconteceu na quinta-feira da semana passada, em 05/11. Depois do enorme susto pelo qual passou, Francisco ganhou uma emocionante comemoração na porta do hospital. A família, os amigos e os integrantes da equipe médica homenagearam o paciente com cartazes, balões e até um carro de som. “Rever a minha família foi uma bênção. Quando eu vi aquela multidão de gente, pensei: ‘Meu Deus, estou vivo. Venci essa doença terrível'”, conta.

O período em que ficou desacordado, fazendo uso de medicamentos, deixou sequelas que vão melhorando gradativamente. Enquanto estava no hospital, Francisco não conseguia mexer o corpo e se alimentava por uma sonda. Atualmente, ele consegue falar, movimentar os braços e vira de um lado para o outro sozinho na cama. Já começou a fisioterapia para recuperar o movimento das pernas. “Se Deus quiser, eu vou voltar a andar logo. Estou concentrado nisso”, afirma, otimista.

 

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