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Pesquisa mostra que pandemia agravou TOC em crianças e jovens

Pacientes que já tinham o transtorno tiveram sintomas agravados pela emergência de saúde pública provocada pelo coronavírus

atualizado

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Vladimir SmirnovTASS via Getty Images
Criança mascara coronavirus covid
1 de 1 Criança mascara coronavirus covid - Foto: Vladimir SmirnovTASS via Getty Images

De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade de Aarhus, na Dinamarca, a pandemia de Covid-19 foi responsável por desencadear sintomas de transtorno obsessivo compulsivo (TOC) em crianças e jovens. O estudo foi publicado na revista científica BMC Pshychiatry.

Participaram da pesquisa 102 jovens entre 7 e 21 anos — metade diagnosticada com TOC e em tratamento em um centro especializado e a outra metade identificada por meio de uma associação de pacientes. O levantamento foi feito entre março e junho.

Cerca de 50% dos voluntários do primeiro grupo disseram ter sentido uma piora nos sintomas, um terço afirmou ter percebido mais problemas de ansiedade e o equivalente a um terço também afirmou ter sentido o agravamento de sintomas de depressão — o questionário usado era de múltipla escolha. No segundo grupo, 73% relataram que o TOC piorou, metade disse que a ansiedade aumentou e 43%, que a depressão foi acentuada.

Apesar de o TOC mais popular e relacionado à Covid-19 ser o de lavar as mãos, este não foi o sintoma mais comum: a maioria dos participantes relatou o aumento de pensamentos compulsivos sobre a doença ou morte de algum membro da família.

“Para crianças que já são ansiosas sobre a perda, as descrições diárias da doença e da morte, recomendações sobre o isolamento e foco na infecção podem exacerbar estes pensamentos. Isso acontece especialmente com crianças pequenas, que têm maior dificuldade em entender o significado da doença, e também são muito dependentes dos pais e avós”, explicou Judith Nissen, uma das responsáveis pelo estudo, ao site EurekAlert.

Segundo ela, a piora nos sintomas de TOC pode estar relacionada tanto à ameaça direta da infecção, quanto às consequências do isolamento social e o foco na higiene. “A crise ainda não acabou e, por isso, é muito importante que continuemos a focar nas crianças vulneráveis e jovens no futuro”, completa.

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