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Nunes e Tarcísio planejam “Broadway de SP” no centro da capital

Projeto de revitalização do centro da capital inclui licença para letreiros luminosos e transformação de prédios públicos em casas de shows

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Imagem colorida da Broadway, rua movimentada com uma série de paineis de propaganda cobrindo a fachada de prédios - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida da Broadway, rua movimentada com uma série de paineis de propaganda cobrindo a fachada de prédios - Metrópoles - Foto: Getty Images

São Paulo — Entre os planos em estudos pelas gestões de Ricardo Nunes (MDB), na Prefeitura, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), no governo estadual, para revitalizar o centro da capital paulista, marcado pela degradação e insegurança, destaca-se um projeto que propoõe uma transformação radical da paisagem urbana que não se vê ao menos desde 2006, quando a Lei Cidade Limpa entrou em vigor.

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Prefeitura e governo do Estado estudam transformar prédios públicos localizados na região do Largo do Paissandu em casas de espetáculos e salas de teatro, além de moradias. E, para atrair investimentos do setor, planejam liberar a instalação de letreiros luminosos e painéis de publicidade nas empenas cegas dos edifícios, prática atualmente proibida pela Lei Cidade Limpa.

O local, segundo técnicos ouvidos pelo Metrópoles, se tornaria uma “Broadway” paulistana, em referência ao famoso endereço da cidade de Nova York, nos Estados Unidos, que concentra dezenas de atrações de teatro mudical e é repleto de painéis eletrônicos de publicidade (na foto em destaque).

A proposta inclui negociações imobiliárias milionárias a serem tocadas pelas duas gestões, além de uma concessão pública inédita no município.

Segundo as autoridades, o governo paulista vem estudando a venda dos prédios onde hoje estão instaladas as secretarias da Agricultura e de Turismo, na Praça Ramos de Azevedo, atrás do Theatro Municipal, ao lado do Paissandu. O negócio envolveria também o prédio do Cine Marrocos, vizinho às duas pastas.

A alienação dos imóveis seria feita mediante um contrato específico, com uma cláusula de compromisso que obrigasse ao comprador adotar uma destinação pré-determinada para os imóveis: dois hotéis, um de três e outro de cinco estrelas, no local das secretarias, e uma casa de shows no prédio do cinema histórico.

À Prefeitura, caberia fazer uma Parceria Público-Privada (PPP) para garantir restauro e ativação de quatro prédios degradados que estão ao redor do largo: os edifícios Independência, Complexo Boticário, Art Palácio e a Galeria Olido.

Nesses edifícios, o plano é mesclar moradias com outros usos para os imóveis e restauro dos cinemas já existentes. Paralelamente, a Prefeitura planeja a restauração de calçadas e da infraestrutura urbana local, do Largo Paissandu até o cruzamento das avenidas Ipiranga e São João. Com isso, espera-se atrair milhares de turistas para a região.

Painéis luminosos

Além da receita gerada pela própria ativação desses serviços nos prédios e pela oferta de novos apartamentos ao mercado, a exploração dos painéis luminosos na região tem potencial para ser outro gerador de receitas, na avaliação dos técnicos.

A proposta é que a empresa que obtenha o direito de instalar os letreiros tenha de prestar serviços à cidade como contrapartida ao benefício.

O estudo em curso é que a vencedora da concessão tenha de cuidar das ações de zeladoria urbana da Praça da República, outro ponto degradado do centro, distante apenas 400 metros do Paissandu.

Ideia em movimento

A gestão Nunes já vem tocando sua PPP. Uma audiência pública sobre o projeto ocorreu em janeiro, e técnicos da SP Parcerias estão desenhando a fase final do projeto.

Já o governo Tarcísio avalia que, inicialmente, não precisaria de autorização da Assembleia Legislativa para se desfazer dos prédios públicos. Os servidores lotados ali poderiam ocupar espaços ociosos em outros prédios do governo.

Um levantamento do governo do Estado aponta que os 22 mil servidores públicos paulistas lotados nos gabinetes de administração das secretarias ocupam uma área de 580 mil metros quadrados, mas que só precisariam de 280 mil metros quadrados para trabalhar.

A longo prazo, o governo pretende transferir toda a administração do Estado para os arredores do Palácio dos Campos Elíseos — sede do governo estadual até o fim dos anos 1960 —, distante cerca de um quilômetro do Largo do Paissandu

Aliados políticos, Tarcísio e Nunes compartilham a ideia de que, para que o prefeito vença a próxima eleição, em 2024, é preciso melhorar a percepção que o paulistano tem do estado de conservação da região central da cidade.

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