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PF afasta agente que foi assessor de Tarcísio e fez coercitiva de Lula

Polícia Federal (PF) apura se agente Danilo Campetti atuou de forma irregular quando houve tiroteio durante campanha de Tarcísio em SP

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Fabio Leite/Metrópoles
Imagem colorida mostra Tarcisio de Freitas e Danilo Campetti, homens brancos de camisa clara, em foto da cintura para cima na frente de um banner eleitoral - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Tarcisio de Freitas e Danilo Campetti, homens brancos de camisa clara, em foto da cintura para cima na frente de um banner eleitoral - Metrópoles - Foto: Fabio Leite/Metrópoles

São Paulo — Ex-assessor do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o agente da Polícia Federal (PF) Danilo Campetti foi afastado preventivamente de suas funções na última quarta-feira (9/8), após a abertura de um processo disciplinar pela cúpula da corporação.

A PF apura se Campetti trabalhava de forma irregular na campanha de Tarcísio ao governo de São Paulo, nas eleições de 2022, quando ocorreu um tiroteio durante a agenda do então candidato na favela de Paraisópolis, na zona sul da capital, resultando em uma morte. O agente havia sido candidato a deputado estadual pelo Republicanos — ele não foi eleito.

Aliado de Tarcísio e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Danilo Campetti foi um dos agentes da PF que atuaram na condução coercitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2015, e na prisão do petista, em 2018, em decorrência dos processos da Operação Lava Jato. Naquele ano, o agente federal atuou na equipe de segurança de Bolsonaro durante a campanha presidencial.

Depois da posse do governador, ele estava cedido pela PF ao Palácio dos Bandeirantes, onde trabalhava na Secretaria da Casa Civil, como assessor especial, com salário de R$ 17,9 mil. Campetti havia sido cedido pela PF ao governo de São Paulo.

Em junho, porém, o governo Lula enviou ofício à equipe de Tarcísio solicitando o retorno do policial à corporação, sob o argumento de falta de efetivo. Campetti retornou à sua lotação de origem, a unidade da PF de São José do Rio Preto, no interior paulista.

Aliados de Tarcísio, que já haviam ficado contrariados com a solicitação de retorno do assessor, veem no afastamento dele do cargo pela cúpula da PF outro caso de perseguição do governo Lula.

Não há prazo para que Campetti retorne ao trabalho. Ele deve entregar sua arma e seu distintivo.

Investigação política

O processo disciplinar movido contra Campetti destina-se a apurar a conduta do agente no dia do tiroteio em Paraisópolis, que terminou com um suspeito morto. Um policial militar foi responsabilizado pela morte, classificada como decorrente de confronto após investigação.

O policial federal havia se candidatado ao cargo de deputado estadual pelo Republicanos, partido de Tarcísio, e obteve 55 mil votos, mas não se elegeu (conseguiu uma vaga de suplente).

No dia do tiroteio, durante a campanha no segundo turno, Campetti sacou sua arma na hora dos disparos e, depois, se identificou para os policiais militares que atenderam a ocorrência mostrando seu distintivo. Segundo pessoas próximas ao policial, ele afirma que estava de folga, o que não impediria sua presença ali, e que só fez uso de arma e distintivo, objetos da PF, diante da ameaça.

O procedimento que determinou seu afastamento apura se Campetti estaria no evento atuando politicamente a favor de Tarcísio e se ele tinha objetivos políticos ao usar sua arma e distintivo a favor do então candidato ao governo.

A presença de Campetti no evento evento  já havia feito com que a Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-SP) apresentasse um pedido de multa à campanha de Tarcísio, pelo suposto uso do policial como segurança privado naquele dia, o que poderia se caracterizar como prestação de serviço não declarada – o que Tarcísio nega.

O Metrópoles questionou a Polícia Federal sobre o tema, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestação. Procurado, Campetti não quis comentar o caso.

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