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Exército conclui inquérito sobre furto de armas do Arsenal de Guerra

Desvio de 21 metralhadoras, revelado pelo Metrópoles, resultou no aquartelamento de 480 militares em outubro; 2 armas seguem desaparecidas

atualizado

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Polícia Civil/RJ
foto colorida das metralhadoras do Exército recuperadas no Rio de Janeiro - Metrópoles
1 de 1 foto colorida das metralhadoras do Exército recuperadas no Rio de Janeiro - Metrópoles - Foto: Polícia Civil/RJ

São Paulo — O Comando Militar do Sudeste concluiu o inquérito instaurado para apurar as circunstâncias do furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri (SP), na região metropolitana, em setembro do ano passado.

A investigação, segundo o Exército, foi finalizada na última sexta-feira (16/2). “Na mesma data, [o inquérito] foi remetido à Justiça Militar da União, que determinou a manutenção do sigilo das investigações”, informou a instituição em nota ao Metrópoles.

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As investigações revelaram que o desvio do armamento de guerra ocorreu entre os dias 5 e 8 de setembro, mas só foi percebido mais de um mês depois, no dia 10 de outubro, durante uma inspeção no quartel.

A partir daí, o inquérito policial militar foi aberto. Três dias depois, o caso veio a público em reportagem do Metrópoles e ganhou repercussão nacional. Até hoje, duas metralhadoras antiaéreas ainda não foram recuperadas.

O Comando do Sudeste alegou sigilo e não informou quantas pessoas — civis ou militares — foram indiciadas, se houve prisões ou exoneração de funcionários do Arsenal.
Desde o início das investigações, contudo, o Exército admitiu a possibilidade de envolvimento de militares no caso. Eles teriam atuado no sentido de facilitar a retirada das armas do quartel. Foram 13 metralhadoras calibre .50, que podem derrubar aeronaves, e oito calibre 7.62, que perfuram veículos blindados.

Cabo suspeito

Para apurar a eventual participação dos militares, o Exército determinou, no dia 14 de outubro, o aquartelamento de toda a tropa no Arsenal de Guerra, cerca de 480 homens. No dia 17, a maior parte deles foi liberada, mas 160 homens continuaram no quartel.

No decorrer das investigações, o cabo do Exército Vagner da Silva Tandu, de 23 anos, foi apontado como um dos militares com participação direta no furto. Ele era motorista e tinha a confiança do então diretor do Arsenal, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista. Tandu teria sido a pessoa que usou um carro oficial para retirar do quartel as metralhadoras sem levantar suspeitas.

O escândalo provocou a troca no comando do Arsenal. O tenente-coronel Batista foi exonerado do cargo de diretor e passou a cumprir funções burocráticas na 2ª Região Militar, na sede do Comando Militar do Sudeste, em São Paulo.

No dia do crime, outros cinco militares teriam ajudado Tandu diretamente. As investigações indicam que eles realizaram o corte intencional de energia do quartel, o que impediu as câmeras de segurança de registrarem a ação.

Além de pedir a prisão dos seis suspeitos, o Exército aplicou “punição disciplinar” a outros 17 militares por falha de conduta na fiscalização do armamento. A punição consiste em uma espécie de prisão administrativa no quartel, que pode durar de 1 a 20 dias.

Apesar das suspeitas, a Justiça Militar negou os pedidos de prisão preventiva.

Facções criminosas

De acordo com as investigações, as 21 armas foram levadas para fora do quartel a fim de que fossem negociadas com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção criminosa de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro.

Até o momento, 19 metralhadoras foram recuperadas – dez no Rio (em ocorrências diferentes na comunidade Gardênia Azul, na foto de destaque, e na Praia da Reserva, ambas na zona oeste da cidade) e nove em São Roque, no interior paulista. As duas armas que ainda não encontradas são as de calibre .50.

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