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Exército pune 38 militares por furto de armas e inquérito é prorrogado

Inquérito policial militar corre em segredo de Justiça; duas metralhadoras furtadas do Arsenal do Exército seguem desaparecidas após 3 meses

atualizado

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Divulgação/Polícia Civil de SP
Fotografia colorida mostra metralhadoras enfileiradas em frente a um painel da Polícia Civil de São Paulo - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostra metralhadoras enfileiradas em frente a um painel da Polícia Civil de São Paulo - Metrópoles - Foto: Divulgação/Polícia Civil de SP

São Paulo – A Justiça Militar autorizou, “em caráter excepcional”, a prorrogação do inquérito que investiga o furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra do Exército em Barueri, na Grande São Paulo, descoberto há quase três meses pelo Comando Militar do Sudeste.

A previsão era que o inquérito policial militar, conduzido pelo próprio Exército em sigilo, fosse concluído em 17 de dezembro. Segundo a corporação, o prazo foi prorrogado até 17 de janeiro pela Justiça Militar da União “por se tratar de um caso que demanda a produção de muitos elementos e do retorno de informações e pesquisas”.

Em três meses, 38 militares foram punidos administrativamente, com prisão disciplinar de 1 a 20 dias. Eles teriam cometido, segundo o Comando Militar do Sudeste, falhas nos procedimentos de controle que contribuíram para a ocorrência do furto, mas não teriam envolvimento direto no crime.

Nenhum suspeito de participação no crime – civil ou militar – foi preso na Justiça comum e duas das 21 metralhadoras ainda não foram recuperadas pela polícia.

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Metralhadoras furtadas

O furto do armamento de guerra ocorreu, segundo as investigações, entre os dias 5 e 8 de setembro, mas só foi percebido mais de um mês depois, no dia 10 de outubro, durante uma inspeção no quartel. Um inquérito policial militar foi instaurado para apurar as circunstâncias do crime. Três dias depois, o caso veio a público em reportagem do Metrópoles e ganhou repercussão nacional.

Até o momento, 19 das 21 armas foram recuperadas, 10 delas no Rio de Janeiro e nove em São Roque (SP). Duas metralhadoras ainda têm paradeiro desconhecido.

Pelo menos seis militares são investigados por participarem diretamente do desvio do quartel, entre eles soldado, cabo, sargento e tenente. Eles teriam atuado no sentido de facilitar a retirada das armas do quartel. Foram 13 metralhadoras calibre .50, que podem derrubar aeronaves, e oito calibre 7.62, que perfuram veículos blindados.

Para apurar a eventual participação dos militares, o Exército determinou, no dia 14 de outubro, o aquartelamento de toda a tropa no Arsenal de Guerra, cerca de 480 homens. No dia 17, a maior parte deles foi liberada, mas 160 homens continuaram no quartel.

No decorrer das investigações, o cabo do Exército Vagner da Silva Tandu, de 23 anos, foi apontado como um dos militares com participação direta no furto. Ele era motorista e tinha a confiança do então diretor do Arsenal, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista. Tandu teria sido a pessoa que usou um carro oficial para retirar do quartel as metralhadoras sem levantar suspeitas.

No dia do crime, outros cinco militares teriam ajudado Tandu diretamente. As investigações indicam que eles realizaram o corte intencional de energia do quartel, o que impediu as câmeras de segurança de registrarem a ação. O Exército pediu a prisão dos seis suspeitos, mas a Justiça indeferiu por falta de provas.

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