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Furto de armas: Justiça nega pedido de prisão de militares suspeitos

Justiça Militar avaliou que não há elementos que justifiquem prisão; até agora, 19 das 21 metralhadoras levadas de quartel foram recuperadas

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foto colorida da fachada do Arsenal de Guerra de São Paulo, de onde 21 metralhadoras foram furtadas - Metrópoles
1 de 1 foto colorida da fachada do Arsenal de Guerra de São Paulo, de onde 21 metralhadoras foram furtadas - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — A Justiça Militar negou o pedido de prisão dos militares suspeitos de envolvidos no furto de 21 metralhadoras do Arsenal de Guerra de Barueri, na região metropolitana de São Paulo.

O maior desvio de armas da história do Exército ocorreu entre os dias 5 e 8 de setembro, mas só foi descoberto pela instituição no dia 10 de outubro, mais de um mês depois. O caso veio a público após reportagem do Metrópoles.

O envolvimento de militares no caso teria ocorrido por meio da facilitação e da efetiva retirada do armamento de guerra do quartel. No entanto, a Justiça Militar não teria encontrado elementos que justificassem as prisões, por isso os pedidos foram negados. A informação é do portal G1.

Procurado pelo Metrópoles para confirmar a informação, o Comando Militar do Sudeste alegou não poder comentar. “Informações sobre as investigações e o trâmite processual não podem ser divulgados em razão de o inquérito estar sendo conduzido sob sigilo”, disse a instituição, em nota.

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No total, o Exército havia pedido a prisão de seis militares. Um deles, identificado como o cabo Vagner da Silva Tandu, era motorista do tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, ex-diretor do Arsenal. Ele é apontado como a pessoa que tirou do quartel o armamento, usando um veículo militar.

Outros cinco militares teriam ajudado o cabo diretamente. As investigações indicam que eles realizaram o corte intencional de energia do Arsenal, o que impediu as câmeras de segurança de registrarem a ação.

Além dos pedidos de prisão, o Exército aplicou “punição disciplinar” a outros 17 militares por falha de conduta na fiscalização do armamento. A punição consiste em uma espécie de prisão administrativa no quartel, que pode durar de 1 a 20 dias.

Facções criminosas

De acordo com as investigações, as armas — 13 metralhadoras calibre .50, que podem derrubar aeronaves, e oito calibre 7,62, que perfuram veículos blindados — foram levadas para fora do quartel a fim de que fossem negociadas com facções criminosas em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Até o momento, 19 metralhadoras foram recuperadas – dez no Rio de Janeiro (em ocorrências diferentes na comunidade da Gardênia Azul e na Praia da Reserva, ambas na zona oeste da cidade) e nove em São Roque, no interior de São Paulo. As duas armas ainda não encontradas são as de calibre .50. Ninguém foi preso pelo crime.

No caso mais recente do encontro de armas, na Praia da Reserva, na quarta-feira (1º/11), os artefatos foram localizados dentro de um carro na Avenida Lúcio Costa. O veículo seria de uso de um criminoso identificado como  Jesser Marques Fidelix, o Capixaba. Ele é apontado como fornecedor de drogas e armas para o Comando Vermelho (CV).

Em busca de pistas que levem às últimas armas, homens do Comando Militar do Sudeste realizaram, esta semana, duas operações na comunidade de Vila Galvão, em Guarulhos, na Grande São Paulo. Não houve presos, mas foram cumpridos mandados de busca e apreensão que, segundo o Exército, trouxeram informações importantes para a investigação.

Morte durante caça a armas

O Metrópoles apurou que, em meio à investigação sobre o caso, o Exército tomou conhecimento da possível morte de um homem ligado a Capixaba. Ele teria sido assassinato no Rio de Janeiro após o furto ser descoberto pelo Comando Militar.

Segundo a apuração do Metrópoles, a execução teria sido praticada por traficantes durante uma apuração clandestina para obter informações e descobrir o paradeiro das armas. O objetivo seria localizar os itens para devolver — ou “vomitar”, no linguajar do crime — as metralhadoras às autoridades, evitando, assim, uma eventual incursão das forças de segurança nas comunidades fluminenses.

O motivo da execução não está totalmente esclarecido, mas o que se sabe é que a vítima, homem de confiança de Capixaba, seria uma das poucas pessoas com informações sobre o paradeiro do armamento de guerra e teria mentido aos criminosos sobre a localização dos itens furtados do Exército. Na ocasião, as metralhadoras ainda estavam rodando o Rio, sendo oferecidas a lideranças criminosas variadas.

Segundo apurou o Metrópoles, o corpo do homem morto teria sido desfeito, possivelmente queimado dentro de alguma comunidade.

As investigações apontam que Jesser e seu comparsa estiveram em várias comunidades do Rio tentando vender o armamento. Inicialmente, as informações apontavam que os itens não teriam sido adquirido por líderes criminosos por conta da ausência de peças.

Até hoje, não há provas sobre a efetiva compra, ou não, dos itens pelo CV. Não está descartada, por exemplo, a possibilidade de outro traficante, sem aval do comando da facção, mas ligado ao CV e “dono” de comunidade, ter comprado as armas com desconto no preço, como reforço para algum confronto em sua região, após fazer reparos nas metralhadoras.

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