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“Eu não consigo”, diz aluna sobre voltar à escola alvo de ataque em SP

Secretaria da Educação preparou atividades de acolhimento e plantões com psicólogos para volta às aulas na próxima segunda-feira (6/10)

atualizado

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Marcelo S. Camargo/ Governo de SP
Fotografia colorida mostra fachada da Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de SP - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida mostra fachada da Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de SP - Metrópoles - Foto: Marcelo S. Camargo/ Governo de SP

São Paulo – A volta às aulas na Escola Estadual Sapopemba tem sido vista com receio pelos estudantes e pais dos alunos e alunas da instituição.

Traumatizados com o ataque a tiros que deixou uma adolescente morta e outras duas baleadas, alguns pais cogitam não enviar os filhos para a escola até o fim do ano. Os alunos, por outro lado, dizem ter medo de voltar ao local neste momento.

As atividades na escola serão retomadas na próxima segunda-feira (6/10).

“Essa semana eu não consigo, vai ser muito forte ainda”, diz uma aluna de 15 anos, em entrevista ao Metrópoles.

A adolescente diz que conhecia Giovanna Bezerra da Silva, que morreu baleada no ataque. As duas se encontravam na praça do bairro, onde fica a quadra em que Giovanna jogava vôlei aos finais de semana.

“Esse pânico vai prosseguir por muitos dias”, afirma a aluna, que diz se lembrar das cenas do ataque todas as noites. A adolescente estuda no período da tarde e não estava na escola no momento do atentado, mas teve acesso às imagens do caso na internet.

O vazamento dos vídeos filmados pelas câmeras internas da escola é alvo de um inquérito.

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Mãe de um aluno que estuda na instituição, Thais Prado dos Santos diz que está insegura em enviar o filho para a escola. “Eu não quero mandar, não sinto segurança”, afirma.

Ela conta que levou o filho para ser atendido por um dos psicólogos da escola, mas o menino ainda está assustado. “Ele teve dificuldade para entrar na escola”, diz a mãe.

A preocupação atinge várias famílias, segundo ela.

“Os colegas dele estão com medo. Conheço umas pessoas que não vão mandar os filhos neste ano mais”, diz Thais.

Os alunos chegaram a organizar um abaixo-assinado reivindicando aulas online até o fim do ano letivo. O documento conta com apoio de pais e responsáveis e recebeu mais de 11 mil assinaturas até a publicação desta reportagem.

Em nota enviada ao Metrópoles sobre o abaixo-assinado, a Secretaria da Educação disse que lamenta profundamente e se solidariza com as vítimas do ataque.

“Neste momento, todos os esforços da pasta estão concentrados em apoiar a comunidade escolar, principalmente os estudantes e servidores. A escola terá seu retorno presencial no dia 6 de novembro pautado na escuta ativa e acolhimento”, disse a pasta.

A retomada das atividades no local contará com o plantão de psicólogos do programa Psicólogos nas Escolas e do Centro de Referência e Apoio à Vítima (CRAVI) da Secretaria da Justiça e Cidadania. Outros profissionais não vinculados aos programas citados também estarão na escola para oferecer atendimentos individuais e coletivos à comunidade escolar.

Segundo a Secretaria da Educação, estão programadas rodas de conversa e apresentações de dança, teatro e música durante toda a semana.

As ações serão feitas com o suporte dos profissionais do Conviva, programa voltado para a melhoria da convivência escolar, e contarão com a participação de alunos de escolas parceiras.

Um segurança privado também começa a trabalhar no local na segunda-feira.

O ataque

Giovanna Bezerra da Silva, de 17 anos, morreu após ser ferida com um tiro na nuca, quando se preparava para descer uma escada. Outras duas estudantes também foram baleadas e um quarto jovem se machucou ao cair enquanto tentava fugir.

“Tentamos trancar a porta, mandamos todo mundo sair. Saímos correndo, batendo nas portas das salas de aula para todo mundo sair. Caí da escada e machuquei o joelho. Foi desesperador demais, fiquei em pânico”, contou um dos alunos da escola em entrevista ao Metrópoles.

Em nota, o governo de São Paulo lamentou o episódio e se solidarizou com as famílias das vítimas. “Neste momento, a prioridade é o atendimento às vítimas e apoio psicológico aos alunos, profissionais da educação e familiares.”

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