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Após depor à PF, Wassef ataca imprensa e diz ser vítima de fake news

Advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro foi ouvido sobre as joias oferecidas pela Arábia Saudita como presentes ao governo brasileiro

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foto colorida de Frederick Wassef em balcão de lanchonete - Metropoles
1 de 1 foto colorida de Frederick Wassef em balcão de lanchonete - Metropoles - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo – O advogado Frederick Wassef prestou depoimento na sede da superintendência da Polícia Federal em São Paulo nesta quinta-feira (31/8), no âmbito da investigação sobre a venda de joias oferecidas como presentes ao governo brasileiro e que teriam sido vendidas por aliados do presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com a PF, Wassef teria sido responsável por recomprar, em março deste ano, um relógio vendido pelo então ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid nos Estados Unidos, em junho de 2022.

Após quase quatro horas na sede da PF, Wassef deixou o local por volta das 15h, atacou jornalistas e se recusou a dar detalhes sobre o depoimento, alegando que a investigação está em segredo de Justiça.

“Estou sendo perseguido por alguns jornalistas que não agem com compromisso com a verdade e propagam fake news em série para assassinar a reputação de inocentes”, afirmou. “Sou vítima de uma campanha de mentiras, de acusações infundadas.”

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Wassef disse que só teve conhecimento sobre o caso das joias em março deste ano, ao ser questionado pelo primeiro jornalista a divulgar o caso. “Até então, eu nunca tinha ouvido falar de presentes de qualquer espécie”, disse.

O advogado não quis falar sobre o depoimento à PF. “O inquérito tramita em segredo de Justiça. Eu respeito a Polícia Federal e o Poder Judiciário. Não posso me manifestar, respeito o sigilo”, completou. “Não tenho nada a ver com essa história.”

Após falar com a imprensa, Wassef foi a uma lanchonete em frente ao prédio da Superintendência da Polícia Federal, onde tomou um achocolatado Toddynho e comeu um pão de queijo.

Rolex de R$ 300 mil

O relógio da marca Rolex, avaliado em R$ 300 mil, foi recebido pelo então presidente Jair Bolsonaro como um presente do governo da Arábia Saudita em 2019. De acordo com a Polícia Federal, o relógio foi vendido por Mauro Cid nos Estados Unidos em junho de 2022.

Após a existência do Rolex ser revelada, em março de 2023, assessores do ex-presidente deram início a uma operação para conseguir o relógio de volta. Wassef, afirma a PF, teria viajado aos Estados Unidos para recomprá-lo.

Em 12 de agosto, a PF deflagrou a operação “Lucas 12:2”, que cumpriu uma série de mandados de busca e apreensão em endereços do general Mauro Cesar Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid, e do advogado Frederick Wassef.

Em um primeiro momento, quando a operação da PF foi deflagrada, Wassef disse que nunca tinha visto o relógio, apesar de seu nome constar no recibo de compra nos Estados Unidos. No dia seguinte, em 15 de agosto, ele confirmou ter recomprado o relógio, alegando que o objetivo era devolvê-lo à União para atender a uma determinação do Tribunal de Contas da União.

Depoimentos simultâneos

Frederick Wassef é um dos oito intimados pela PF para depor em conjunto sobre o caso das joias e o único que não prestará depoimento em Brasília.

Na capital federal, depuseram simultaneamente com Wassef o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o ex-ajudante de ordens da Presidência Mauro Cid, o advogado e ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e os assessores Marcelo Câmara e Osmar Crivellati.

O objetivo da PF foi evitar o alinhamento de versões e testar falas anteriores de Mauro Cid.

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