metropoles.com

Em 9 dias de protestos nos EUA, mais de 10 mil pessoas já foram presas

Manifestações nacionais nos Estados Unidos pela morte de homem negro por policial branco agravam crise política no país em ano de eleição

atualizado

Compartilhar notícia

Richard Tsong-Taatarii/Star Tribune via Getty Images
Manifestantes entram em conflito com a polícia durante uma manifestação contra a morte de George Floyd em Minneapolis
1 de 1 Manifestantes entram em conflito com a polícia durante uma manifestação contra a morte de George Floyd em Minneapolis - Foto: Richard Tsong-Taatarii/Star Tribune via Getty Images

As manifestações pela morte de George Floyd nos Estados Unidos completam 9 dias nesta quarta-feira (04/06), no momento em que mais de 10 mil pessoas já foram presas em todo o país, de acordo com um levantamento da Associated Press. De uma forma geral, no entanto, os protestos tiveram menos violência na última noite e algumas cidades têm reduzido seu toque de recolher.

Nesta quarta, o Estadão mostrou que os manifestantes têm exigido maior responsabilização dos policiais, que respondem por poucas acusações e raramente são condenados pelas mortes de negros no país.

Os protestos desencadearam uma crise política no país e têm sido marcados também pela resposta com um discurso incendiário do presidente Donald Trump, que defende repressão dura contra os atos. O ex-presidente Barack Obama, no entanto, disse que o movimento reflete uma “mudança de mentalidade” sem precedentes na história do país.

O ex-presidente disse ainda que “embora alguns protestos tenham sido manchados pelas ações de uma minoria que se envolveu em violência, a maioria dos americanos ainda acredita que os protestos são justificados”.

Nesta semana, o principal integrante da Força Aérea americana usou o Twitter para dizer que ele também era um homem negro, “que por acaso é o primeiro-sargento da Força Aérea”, e que poderia morrer da mesma maneira.

“Eu sou George Floyd… Sou Philando Castile, sou Michael Brown, sou Alton Sterling, sou Tamir Rice”, escreveu Kaleth Wright, citando outros americanos negros mortos pela polícia. “Assim como a maioria dos pilotos negros e tantos outros em nossas categorias, estou indignado ao ver outro negro morrer na televisão diante de nossos olhos.” Na noite de segunda, a resposta se tornou viral, com veteranos e militares comentando sobre da franqueza da postagem.

Pelo menos duas vezes na última semana, altos funcionários no Departamento de Defesa orientaram os chefes das Forças Armadas a se manterem calados quanto ao tema, mesmo após alguns expressarem interesse em responder a um momento doloroso do país.

O homicídio de George Floyd, de 46 anos, ocorreu em Minneapolis, no Estado de Minnesota, e causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vídeo que mostra um policial branco usando o joelho para asfixiá-lo. Nas imagens, divulgadas no dia 27 de maio, Floyd reclama e diz repetidamente: “Não consigo respirar”, enquanto o policial que o rendeu, Derek Chauvin, continua ajoelhado sobre seu pescoço.

Desde então, diversas cidades nos Estados Unidos registraram manifestações contra o racismo e a violência policial. À elas, somaram-se protestos de solidariedade em todo o mundo. Jogadores de futebol, artistas e políticos se manifestaram sobre o caso.

0

Compartilhar notícia