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Fome atingiu 828 milhões de pessoas em 2021, aponta relatório da ONU

Dados são do estudo Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, divulgado por uma agência das Nações Unidas nesta quarta

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
Homem come restos de comida, diretamente do lixo
1 de 1 Homem come restos de comida, diretamente do lixo - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

O número de pessoas afetadas pela fome no mundo foi de cerca de 150 milhões desde o início da pandemia de Covid-19. É o que mostra o relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, divulgado nesta quarta-feira (6/7) pela Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO).

Somente em 2021, cerca de 828 milhões de pessoas sofreram com a falta de alimentos. De acordo com a organização, os impactos econômicos da pandemia foram fatores que contribuíram fortemente com o cenário.

A FAO define a fome como “uma sensação física desconfortável ou dolorosa causada pelo consumo insuficiente de energia alimentar”. “Apesar das esperanças de que o mundo emergiria a pandemia de Covid em 2021 e que a segurança alimentar começaria a melhorar a fome no mundo aumentou ainda mais”, consta no relatório.

Segundo a organização, o mundo passa por um padrão “desigual de recuperação econômica”, e sofre com perda de rendas não recuperadas entre os mais afetados pela pandemia.

A expectativa para os próximos anos não é positiva: o relatório projeta que, em 2030, 670 milhões de pessoas ainda enfrentarão a fome — cerca de 8% da população mundial —, deixando o mundo cada vez mais distante de acabar com a fome, o segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A pandemia teve efeito impactante neste indicador: antes da chegada da Covid, a expectativa era de que, em 2030, 591.3 milhões de pessoas enfrentassem a fome. São 78 milhões de pessoas a menos que na projeção pós-pandêmica.

Insegurança alimentar

Outro problema citado pela organização é a insegurança alimentar. De acordo com a FAO, a situação é caracterizada pela incerteza sobre sua capacidade de obter alimentos, obrigando as pessoas a reduzirem ou interromperem a alimentação.

Em 2021, aproximadamente 2,3 bilhões de pessoas no mundo sofreram com insegurança alimentar moderada (quando há falta de acesso consistente aos alimentos) ou grave (quando há interrupção da alimentação). O dado equivale a 29% da população.

Além disso, 931 milhões de pessoas enfrentaram insegurança alimentar em níveis graves, o que equivale a 11,7% da população, segundo a FAO.

Inflação

De acordo com o estudo, os efeitos da inflação no preço dos alimentos, causada pelos impactos da Covid, aumentaram os custos e a inacessibilidade a uma dieta saudável em todo o mundo.

Em 2020, o valor médio foi de US$ 3,54 por pessoa a cada dia, 6,7% a mais que em 2017. A América Latina e o Caribe tiveram o maior custo de alimentação saudável em comparação com outras regiões, com custo médio de US$ 3,89 por pessoa em 2020.

Quase 3,1 bilhões de pessoas não puderam pagar uma refeição saudável em 2020. São 112 milhões de indivíduos a mais que em 2019.

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“O mundo está retrocedendo em seus esforços para acabar com a fome, insegurança alimentar e desnutrição em todas as suas formas.  Estamos agora a apenas oito anos de 2030, o ano da meta global. Há esforços para avançar, mas estão se mostrando insuficientes diante de um contexto mais desafiador e incerto”, aponta o estudo.

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