Há exatamente uma década, personagens que integravam o alto escalão dos poderes Executivo e Legislativo no DF foram despertados por policiais federais e representantes do Ministério Público. Vinte e sete de novembro de 2009 entrou para o calendário como a sexta-feira que marcaria para sempre a história política da capital federal, o primeiro dia da Operação Caixa de Pandora.

Vivia-se, naquela época, a pré-história da Lava Jato. As ações da PF não eram frequentes como se tornaram nos últimos cinco anos. Por isso, a investida contra o crime financiado por empresários corruptos e entranhado nos gabinetes de políticos poderosos e empoderados com cargos públicos caiu como uma bomba, deixando estilhaços nos quatro cantos da cena candanga.

Quando se levantou a tampa dos malfeitos praticados por políticos locais, os investigadores alcançaram o sistema que alimentava campanhas e a vida confortável dos personagens pilhados na operação. Líderes do GDF compravam o apoio de deputados da Câmara Legislativa que financiavam suas campanhas e despesas pessoais.

Mar de lama no Palácio do Buriti

Veja como foram os dias após a Operação Caixa de Pandora

Imagem - Mar de lama no Palácio do Buriti

O dinheiro brotava de empresas de informática e construtoras, cujos proprietários tinham o interesse de manter negócios com o governo. Ou seja, verba pública à disposição de objetivos privados. Uma história contada por Durval Barbosa, ninguém menos do que um dos criminosos que integravam o esquema ilegal.

Se a narrativa já tinha tudo para se tornar o maior escândalo político do qual se tinha notícia no DF, acervo de áudios e vídeos sobre as negociatas promoveram o caso a um blockbuster da corrupção.

E Brasília, que deveria ser referência de bons modos para o resto do país, produziu seu primeiro governador preso: José Roberto Arruda. O vice à época, Paulo Octávio, também foi varrido do cargo. É um dos 43 réus da Pandora. O então presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, caiu. O mundo conheceu sua habilidade de embolsar dinheiro nas meias e nos paletós.

José Cruz/ABr
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No mês em que o caso completa uma década, o Metrópoles relembra cena a cena o escândalo gerado ainda na gestão de Joaquim Roriz e que implodiu o governo Arruda/Paulo Octávio, deixando por herança consequências políticas e econômicas.

Durante semanas dedicadas a resgatar a história da Pandora, seus reflexos e leniências, os repórteres Manoela Alcântara e Otto Valle nos contam que o prejuízo para os cofres públicos, estimado a partir das denúncias do Ministério Público, chega a R$ 2,8 bilhões.

Roteiro de uma série inspirada na corrupção e da qual, passados 10 anos, ainda não se conhece o final.

Confira, na quinta-feira (28/11/2019), as gravações de Durval Barbosa que ganharam o noticiário nacional há 10 anos.

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