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Sobrecarga e violência: 51 médicos pediram demissão apenas em dezembro

Segundo o Sindimédicos, as exonerações foram a pedido dos servidores e alguns tinham mais de 10 anos na Secretaria de Saúde

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Foto ilustrativa de médico segurando estetoscópio e usando jaleco, de braços cruzados - Metrópoles
1 de 1 Foto ilustrativa de médico segurando estetoscópio e usando jaleco, de braços cruzados - Metrópoles - Foto: Unsplash/Reprodução

Apenas em dezembro deste ano, 51 médicos pediram exoneração dos cargos na Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF). As saídas aumentam ainda mais o déficit de profissionais que a rede pública enfrenta.

De acordo com o Sindicato dos Médicos (SindMédico-DF), todas essas 51 exonerações foram feitas a pedido dos servidores e publicadas nas edições dos dias 13, 14, 18, 19, 20, 21 e 22 de dezembro do Diário Oficial do DF (DODF).

A maioria era recém-contratado, mas, entre que pediram demissão, havia profissionais que ingressaram nas unidades públicas de saúde há mais de 10 anos.

O presidente do SindMédico-DF, Gutemberg Fialho, afirma que é necessário rever a política de gestão de pessoas do GDF em relação ao pessoal da Saúde.

“Assim, os aprovados em futuros concursos teriam um maior incentivo para permanecer e, com mais profissionais em serviço, a sobrecarga de trabalho diminuiria e a assistência aos pacientes melhoraria. Haveria menos motivos para o êxodo de médicos do serviço público de saúde do DF, menos filas e menos sofrimento entre os pacientes”.

DF tem déficit de mais de 2 mil médicos na rede pública de saúde

Médica presa

Em 16 de dezembro, uma médica da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Sobradinho 2 recebeu voz de prisão por omissão de socorro. No caso, um bombeiro militar foi o responsável pela prisão e levou a médica até a 13ª Delegacia de Polícia.

Em nota, o Conselho Regional de Medicina do DF (CRM-DF) defendeu a profissional, que atuava na madrugada do dia 16 na UPA, que estava lotada na hora que o bombeiro chegou com um paciente. Segundo o CRM, a médica declarou ter atuado “em consonância aos preceitos éticos que regem a profissão” e priorizou o atendimento a pacientes graves internados e pelos quais era responsável

Ainda segundo a nota, assim que o Corpo de Bombeiros chegou à UPA, além de solicitar a classificação de risco do paciente encaminhado, a profissional comunicou a superlotação da unidade ao gestor imediato.

“A presença da médica no plantão era indispensável à prestação do atendimento aos pacientes vulneráveis e em risco de morte internados naquele setor. Os atos do ofensor acima nominado atingiram não só a médica, mas todas as médicas, médicos, aos pacientes assistidos, na referida UPA e a própria sociedade, devendo receber o ofensor o mais veemente repúdio”, diz o CRM-DF.

O que diz o GDF

Procurada, a Secretaria de Saúde do DF informou que a média de exonerações de médicos oscila entre 180 a 200 por ano. Segundo a pasta, esse dado se mantém constante e é acompanhado pelos gestores.

“É importante frisar que os servidores solicitam exoneração pelos mais diversos motivos”, disse a Saúde por meio de nota. A Secretaria de Saúde ainda acrescentou que, por intermédio dos programas de Qualidade de Vida no Trabalho, atua para que os servidores tenham “boas condições laborais e se sintam motivados para desempenharem suas atividades da melhor forma possível.”

Já o Corpo de Bombeiros afirmou, por meio de nota, que a médica da UPA de Sobradinho recusou-se a atender o paciente. O sargento deu voz de prisão e disse que a levaria à DP após o plantão, mas a médica “voluntariamente se propôs a ir à 13ª DP, acompanhada pela PMDF”.

“O CBMDF, diante desses fatos, aguarda a apuração a ser realizada pelo órgão policial competente”, completa a nota.

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