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Sindicatos condenam censura de Rollemberg ao Metrópoles: “Mordaça”

Pelo menos cinco entidades repudiaram a retirada de painel do centro de Brasília que veiculava campanhas contra a atual gestão

atualizado

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Fotos Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles
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1 de 1 censura - Foto: Fotos Filipe Cardoso/Especial para o Metrópoles

A operação do GDF realizada nesse sábado (2/6) para a retirada de painéis no centro de Brasília, incluindo uma peça do grupo Metrópoles, recebeu duras críticas de líderes sindicais do Distrito Federal. Pelo menos cinco entidades acusaram o governador, Rodrigo Rollemberg (PSB), de utilizar a ação da Agência de Fiscalização (Agefis) como pano de fundo para censurar campanhas publicitárias com conteúdo contrário à atual gestão.

Autor de propagandas que questionam a atual gestão, o Sindicato dos Funcionários em Estabelecimentos de Saúde (SindSaúde-DF) condenou a operação. Representante da categoria, Marli Rodrigues comparou a retirada da peça às práticas do período nazista.

Foi uma agressão grave. Me lembrou muito uma história de Hitler, que mandou queimar todos os livros para não deixar o povo ter acesso à informação. Sem dúvida, Rollemberg está escondendo algo muito podre na saúde: mortes que poderiam ser evitadas

Marli Rodrigues

A ação da Agefis ocorreu após a veiculação, no painel, de conteúdo publicitário do SindSaúde. “Desde o início da nossa campanha, isso tem incomodado muito a equipe do governador, que sentiu na própria jugular a verdade sendo dita. Mas, como todo ditador, ele não aceita ouvir as verdades”, disparou Marli.

Da mesma forma, o vice-presidente do Sindicato dos Médicos (Sindmédicos), Carlos Fernando da Silva, repudiou a ação, classificada por ele como “repressão”. “Acho um absurdo o governador reprimir a democracia, as denúncias, usando a força do poder, tirando das entidades sindicais o direito de se manifestar. Mostra um governo que não respeita o servidor nem a opinião dos outros”, pontuou o médico.

Presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta (Sindireta), Ibrahim Yusef engrossou o coro dos representantes de entidades contrárias ao ato do governo, classificado pelo sindicalista como censura.

É sem dúvida um ato arbitrário, completamente antidemocrático. A nossa defesa é a liberdade de expressão. É repugnante saber que um gestor usa a máquina pública para uma ação com benefício meramente pessoal

Ibrahim Yusef

Segundo ele, sempre houve espaço em Brasília para o diálogo e o contraditório. “Mas, hoje, percebemos total censura. Rollemberg tem se mostrado com essa personalidade perseguidora: ele tenta sempre colocar uma mordaça em quem tenta contrariá-lo. Fez isso com os sindicatos e agora faz por meio da Agefis”, destacou.

Perseguição recorrente
A diretora do Sindicato dos Professores do DF (Sinpro), Rosilene Corrêa, não estranhou a atitude de Rollemberg. “Não é a primeira vez que isso acontece. Recentemente, sofremos uma ação por parte do partido do governador, que ingressou na Justiça contra uma campanha que criamos para questionar algumas ações do governo. Isso só reforça a dificuldade que ele tem de lidar com o contraditório. Acho que a gente vive ainda numa democracia e o que se espera de um governante é a capacidade de lidar com as críticas”, disse.

Para ela, a atitude é uma demonstração “de falta de equilíbrio”. “É, sem dúvida, uma tentativa do governo de tentar transmitir à população uma imagem diferente do que foi a gestão e, para isso, censura o contraditório”, acrescentou a diretora do Sinpro.

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Distrito Federal (Sinpol), Rodrigo Franco, o Gaúcho, acredita que a retirada das estruturas publicitárias mirou exclusivamente o painel que veiculava campanhas contra a gestão Rollemberg.

“Além de considerar uma atitude de censura, acho estranho que, nas paradas de ônibus do Plano Piloto, existam várias campanhas em favor do governo que primam pela cor do partido de Rollemberg nas campanhas oficiais como forma de associação. Por outro lado, o governo não aceita críticas”, afirma.

Da mesma forma como ocorre com o Sinpro, o sindicalista acredita ser perseguido pelo atual governo. “Nós íamos colocar outdoors na cidade, divulgando os dados da criminalidade e o número de policias por região, mostrando a insegurança, mas o governo agiu antes e mandou cortar quando ameaçou as agências que produzissem o nosso material”, denunciou.

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