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PCDF: ex é suspeita de armar emboscada para matar vigilante

Antes de ser presa, mulher chegou a postar mensagens de luto no Facebook. Publicação gerou revolta na internet

atualizado

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Divulgação/Redes Sociais
Vigilante-assassinado
1 de 1 Vigilante-assassinado - Foto: Divulgação/Redes Sociais

Inconformada com o fim do relacionamento, a ex-namorada de Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida, 32 anos, decidiu matá-lo. Segundo as investigações conduzidas pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), a mulher armou uma emboscada para a vítima e, com a ajuda de um homem, esfaqueou e depois esquartejou o segurança particular. O crime brutal teria ocorrido no sábado (09/11/2019). A 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul) tenta descobrir as circunstâncias que levaram o suspeito a aceitar o convite para cometer a barbárie.

O homem e a mulher tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias, nessa quarta-feira (13/11/2019). Marcos Aurélio teria, no sábado, após voltar do trabalho, supostamente passado na casa da acusada. Para encobrir o assassinato, os pedaços do corpo foram colocados em sacos plásticos e descartados em locais distintos de Samambaia Sul.

Por ainda serem considerados suspeitos e não terem confessado participação no esquartejamento, o Metrópoles, por enquanto, não vai divulgar os nomes dos dois.

Mensagem de luto

A mulher detida e apontada pela PCDF postou, nessa terça-feira (12/11/2019), mensagens de luto pela morte de Marcos Aurélio. No Facebook, ela escreveu “Inacreditável”. A palavra era acompanhada de emojis de choro com uma foto em preto e branco.

Nesta quarta-feira (13/11/2019), ao tomarem conhecimento da prisão da mulher, dezenas de pessoas foram ao perfil da suspeita para xingá-la. Veja algumas das mensagens abaixo:

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Cães farejadores

Durante a tarde, com ajuda de cães farejadores, militares do Corpo de Bombeiros tentaram encontrar a cabeça do vigilante esquartejado no Aterro Sanitário de Brasília, situado às margens da DF-180 de Samambaia. Os cachorros chegaram a ser soltos no local destinado ao depósito de lixo, mas tiveram o trabalho prejudicado devido ao excesso de odores.

Enquanto aguarda o desfecho das investigações, a família do vigilante clama por justiça. A mãe de Marcos Aurélio, Sônia Maria Rodrigues de Almeida, 56, não se conforma com a crueldade. “O que fizeram com ele não tem perdão. Eu só tinha ele e outra filha [Marcele]. Eu era pai e mãe deles, criei sozinha”, afirma Sônia. Ela não come ou dorme direito desde sábado (09/11/2019). Na manhã daquele dia, Marcos fez o último contato, dizendo que estava saindo do trabalho e indo para casa.

Na madrugada de quarta-feira (13/11/2019), a PCDF encontrou uma coxa que pertenceria a Marcos, na Quadra 325. Estava em um beco no Conjunto 2 da quadra. Outras partes de Marcos Aurélio foram localizadas desde o início da semana. O tronco do segurança estava em um saco de lixo localizado na manhã de terça (12/11/2019), em um bueiro na QR 327. Nessa segunda-feira (11/11/2019), foram achados os braços e as pernas (abaixo do joelho). A cabeça ainda não foi encontrada.

“Rapaz trabalhador”

Sônia havia construído uma casa para Marcos e a irmã, Marcele. O vigilante, com casamento marcado para janeiro de 2020, iria morar no imóvel. “Não deu tempo”, lamenta-se a mãe. “A gente estava fazendo planos para o casamento, para comprar os móveis. A falta que ele está fazendo abriu um rombo no coração da família toda”, confirma Francisleide Braga de Souza, 38, noiva da vítima.

“Marcos era responsável, não vinha de malandragem. Estava trabalhando. Era de casa para o trabalho. Não era de sair e não tinha inimigos”, aponta Sônia. “Um rapaz trabalhador, um pai honesto, um filho digno. Não tinha inimizade com ninguém”, garante a noiva.

Uma vizinha que não quis se identificar confirma a fama de bom moço de Marcos. “Ele era bom como vizinho e não merecia isso que aconteceu. Eu falava direto com a mãe dele. Aquele menino era tudo para a mãe dele”, diz.

Rafael Correia, 28, mora na região. Diz que a vizinhança, no geral, é bem tranquila, mas ele acredita que o crime acende o alerta sobre a violência. “É uma situação complicada, porque quase nunca acontece nada aqui. Nunca ouvi falar de roubos ou furtos, moro aqui há dois anos. Fico preocupado porque tenho família”, pontua.

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Primeiras informações

Nessa terça-feira (12/11/2019), a irmã de Marcos disse ao Metrópoles que o corpo estava a cinco quadras do local onde a vítima morava. A família informou que o segurança desapareceu quando voltava do trabalho, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), e seguia rumo à Rodoviária do Plano Piloto. No terminal, pegaria um ônibus de volta para casa.

O homem deixa um filho e uma noiva. “Ele mandou mensagem para a mãe, pela última vez, às 8h30 de sábado [09/11/2019], informando que estava indo do SIG para a Rodoviária do Plano Piloto. Depois disso, não apareceu em casa nem manteve nenhum tipo de contato”, destacou a irmã.

De acordo com a noiva, os pés e as mãos eram parecidos com os do segurança. “Além disso, tem uma cicatriz no antebraço direito idêntica à dele”, lamentou. Segundo ela, Marcos não tinha inimigos nem qualquer tipo de desavenças.

Perícia

Parte do cadáver, segundo apurou o Metrópoles, foi deixada no bueiro, de cerca de 3 metros de profundidade, há poucos dias. Após a coleta de digitais e exame de DNA, o Instituto de Medicina Legal (IML) confirmou a identidade da vítima.

Rosemberg Silva, 51, mora em uma chácara perto do terminal. Para ele, a região é segura. “Vivo há dois anos e meio aqui. Todo dia faço o trajeto do terminal até a minha casa, e nunca foi perigoso. Meu filho também anda por essa região, às 23h, e nunca aconteceu nada com ele. É o primeiro caso que vejo de violência, mas acho que nem aconteceu aqui, devem ter cometido o crime em outra região e só desovado o corpo aqui”, destacou.

O comerciante Abimael Victor, 41, diz que a região merece atenção das autoridades da área de segurança. “[O local] É muito isolado e com pouca iluminação. Fiquei muito surpreso com essa história do corpo, porque nunca tinha visto nada com essa crueldade toda”, assinalou.

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