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Narcotraficante peruano pode ter ligação com morte de Dom e Bruno

Polícia Federal investiga se o criminoso internacional Rubens Villar Coelho tem relação com os homicídios ocorridos no Amazonas

atualizado

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Divulgação/Polícia Federal
Buscas Dom Phillips e Bruno Pereira (5)
1 de 1 Buscas Dom Phillips e Bruno Pereira (5) - Foto: Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal segue apurando o que motivou o assassinato brutal do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira, no Vale do Javari, Amazonas. Uma das suspeitas é de que o narcotraficante peruano Rubens Villar Coelho, conhecido como “Colômbia”, tenha ligação com os homicídios.

As apurações dão conta de que Coelho fornece entorpecentes provenientes do Peru e da Colômbia a facções brasileiras. Ele estaria incomodado com a atuação do indigenista. Bruno Pereira chegou a apreender barcos e peixes que pertenciam à quadrilha. O lucro da pesca ilegal de pirarucus e tracajás — espécie parente da tartaruga comum na Amazônia — seria apenas um meio de lavar o dinheiro do narcotráfico.

Rubens Villar Coelho, ou Colômbia, teria ligação direta com os dois irmãos presos pela PF: Amarildo da Costa de Oliveira, o Pelado, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Um tio de Amarildo, que atua como líder comunitário, também é apontado como “funcionário” de Colômbia. Até o momento, ao menos cinco pessoas são investigadas por envolvimento nas mortes.

Os policiais também procuram a embarcação que era utilizada pelas vítimas. As buscas foram retomadas na manhã desta sexta-feira (17/6). Já o barco dos irmãos presos foi localizado, apreendido e tinha vestígios de sangue.

O que se sabe e o que falta esclarecer nos assassinatos de Dom e Bruno

Segundo o Comitê de Crise coordenado pela Polícia Federal do Amazonas, o sangue coletado do barco forneceu perfil genético completo. Ao ser confrontado com os perfis das vítimas, no entanto, o resultado foi de incompatibilidade com Dom Philips e inconclusivo para Bruno. Para sanar dúvidas e esclarecer se o sangue é ou não do indigenista, exames complementares ainda serão realizados.

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Chegada dos restos mortais a Brasília

Os restos mortais atribuídos ao jornalista e ao indigenista chegaram a Brasília precisamente às 18h34 dessa quinta-feira (16/6). Ambos estavam desaparecidos desde 5 de junho.

Os corpos desembarcaram no hangar da PF no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Os agentes retiraram os caixões da aeronave.

A partir de agora, os corpos serão submetidos a exame de identificação e perícia, que deve ser concluída até a próxima semana.

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Veja o momento da chegada dos corpos:

 

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As vítimas

Bruno era considerado um dos indigenistas mais experientes da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Ele foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por cinco anos. Em 2019, após combater mineração ilegal em terras indígenas, Bruno foi dispensado do cargo de chefia.

A exoneração do servidor ocorreu no momento em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou projeto para liberar garimpos nas reservas.

O indigenista estava licenciado da Funai e fazia parte do Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente (Opi).

Bruno era alvo constante de ameaças, devido ao trabalho desempenhado junto aos indígenas, contra invasores.

Jornalista preparava livro

Dom Phillips era jornalista colaborador do veículo britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007, e morava em Salvador.

Com apoio da Fundação Alicia Patterson, Phillips trabalhava em um livro sobre meio ambiente.

Além do Guardian, Phillips já havia publicado textos no Financial Times, no New York Times, no Washington Post e em agências internacionais de notícias.

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