O laudo sobre os corpos do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira deve ser concluído até a próxima semana. Os exames serão feitos no Instituto de Criminalística da Polícia Federal a partir desta sexta-feira (17/6).
Dois suspeitos envolvidos nos assassinatos estão presos: Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e o irmão dele Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. A PF ainda está à procura de um terceiro suspeito, que teria auxiliado na execução. Outro acusado teria ajudado na ocultação dos corpos. Um quinto foi apontado como o mandante. Os nomes dos três, entretanto, não foram revelados.

Naquele dia, eles foram vistos pela última vez na comunidade ribeirinha São Rafael, pela manhã, e saíram em direção ao município de Atalaia do Norte, seguindo pelo rio ItaquaíArquivo pessoal

Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultadosDivulgação

Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tirosDivulgação/Funai

Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e BrunoRedes sociais/reprodução

O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do casoErlon Rodrigues/PC-AM

A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o PeruArte/Metrópoles

Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína Adam Mol/Funai/Reprodução

Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito”Reprodução/Twitter/@andersongtorres

Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposaTwitter/Reprodução
Conforme a coluna revelou, os restos humanos foram encontrados no local em que estavam sendo feitas as escavações. Dom e Bruno estavam desaparecidos desde 5 de junho.
A polícia procura os demais suspeitos do crime. O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, confirmou, na noite dessa quarta-feira (15/6), em entrevista à imprensa, que Pelado confessou ter assassinado o jornalista e o indigenista.
“Coração partido”
Em comunicado divulgado em nome da irmã do jornalista inglês Dom Phillips, Sian, seu irmão Gareth, e seus parceiros e filhos, a família Philips expressou pesar pelo assassinato do profissional e do ativista indígena Bruno Pereira.
“Estamos com o coração partido pela confirmação de que Dom e Bruno foram assassinados e estendemos nossas mais profundas condolências a Alessandra, Beatriz e aos demais familiares brasileiros de ambos os homens. Somos gratos a todos que participaram da busca, especialmente aos grupos indígenas que trabalharam incansavelmente para encontrar evidências do ataque”, diz um trecho da nota.