PF investiga 5 pessoas envolvidas na morte de Dom e Bruno no Amazonas
Peritos criminais da Polícia Federal devem iniciar os exames nos restos mortais nesta sexta-feira (17/6)
atualizado
Compartilhar notícia

Ao menos cinco pessoas são investigadas por envolvimento nas mortes do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira. Duas já estão presas: Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e o irmão dele Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos. Um terceiro teria auxiliado na execução, outro na ocultação dos corpos, e o quinto seria o mandante. Os nomes dos três, entretanto, não foram revelados.
Os corpos de Dom e Bruno desembarcarão em Brasília por volta das 19h30 desta quinta-feira (16/6). Os remanescentes humanos foram enviados para Tabatinga (AM) e serão periciados no Instituto de Criminalística da Polícia Federal.
Peritos criminais da Polícia Federal devem iniciar os exames nos restos mortais localizados no Vale do Javari, no Amazonas, nesta sexta-feira (17/6). A previsão é que o laudo fique pronto na próxima semana.

Arquivo pessoal

Contudo, nesse percurso, os dois desapareceram. As equipes de vigilância indígena da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) fizeram as primeiras buscas, sem resultados Divulgação

Segundo Pelado, a perseguição à lancha na qual Bruno e Dom estavam durou cerca de 5 minutos. Jeferson Lima, outro envolvido no crime, teria atirado contra Bruno, que revidou com tiros Divulgação/Funai

Os suspeitos, então, teriam retirado os pertences pessoais das vítimas do barco em que estavam e o afundaram. Em seguida, queimaram os corpos de Dom e Bruno Redes sociais/reprodução

O governo do Amazonas criou uma força-tarefa para auxiliar na busca dos desaparecidos e na investigação do caso Erlon Rodrigues/PC-AM

A região em que ocorreu o desaparecimento é de difícil acesso e faz fronteira com o Peru Arte/Metrópoles

Alvo da cobiça de garimpeiros, o Vale do Javari é usado como rota para tráfico de cocaína Adam Mol/Funai/Reprodução

Em 19 de junho, a polícia informou ter identificado outros cinco suspeitos que teriam atuado na ocultação dos cadáveres. Segundo a PF, “os executores agiram sozinhos, não havendo mandante nem organização criminosa por trás do delito” Reprodução/Twitter/@andersongtorres

Dom Phillips, 57 anos, era colaborador do jornal britânico The Guardian. Ele se mudou para o Brasil em 2007 e morava em Salvador, com a esposa Twitter/Reprodução
Conforme a coluna revelou, os restos humanos foram encontrados no local em que estavam sendo feitas as escavações. Dom e Bruno desapareceram em 5 de junho.
A polícia procura os outros suspeitos do crime. O superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, Alexandre Fontes, confirmou, na noite dessa quarta-feira (15/6), em uma entrevista à imprensa, que Pelado confessou ter assassinado o jornalista e o indigenista.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se manifestou, nesta quinta-feira (16/6), sobre o assassinato do indigenista brasileiro e do jornalista britânico, que desapareceram durante expedição no Vale do Javari. “Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos!”, disse, em uma rede social.
“Coração partido”
Em comunicado divulgado em nome da irmã do jornalista inglês Dom Phillips, Sian, seu irmão Gareth, e seus parceiros e filhos, a família Philips expressou pesar pelo assassinato do profissional e do ativista indígena Bruno Pereira.
“Estamos com o coração partido pela confirmação de que Dom e Bruno foram assassinados e estendemos nossas mais profundas condolências a Alessandra, Beatriz e aos demais familiares brasileiros de ambos os homens. Somos gratos a todos que participaram da busca, especialmente aos grupos indígenas que trabalharam incansavelmente para encontrar evidências do ataque”, diz um trecho da nota.