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Motorista que arrastou vendedora de balões estava com CNH suspensa

Punição a Willian Weslei Vieira foi publicada no Diário Oficial do DF em 13 de junho, dois dias antes do caso envolvendo idosa

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1 de 1 willian-wesley-lelis-vieira - Foto: Reprodução

O motorista que arrastou pelo asfalto, por mais de 100 metros, a vendedora de balões Marina Izidoro de Morais, de 63 anos, na saída de uma festa junina na Área Especial 1, em Taguatinga Sul, no sábado (15/06/2019), estava com o direito de dirigir suspenso. A cassação da habilitação de Willian Weslei Lelis Vieira, 35, foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal no dia 13 de junho, dois dias antes do crime. Além disso, ele acumula infrações de trânsito e denúncias registradas na Polícia Civil do DF.

A publicação do DODF não detalha o motivo que levou à suspensão do direito de dirigir, mas a publicação esclarece que foram esgotados todos os meios de defesa na esfera administrativa, assegurados a ampla defesa, o contraditório e o devido processo legal. Os condutores ainda podem interpor recursos à Junta Administrativa de Recursos de Infrações, dentro do prazo de 30 dias, contados a partir da notificação. Ainda assim, Willian não poderia conduzir veículos.

Entre fevereiro de 2016 e maio de 2019, o Mercedes-Benz de Willian foi flagrado cometendo nove infrações por excesso de velocidade e quatro por estacionar em local proibido, além de ter provocado um acidente de trânsito sem vítimas. As multas foram expedidas pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran), Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Departamento Nacional de Infraestrutura no Trânsito (DNIT).

DODF traz suspensão do direito de dirigir de homem que arrastou vendedora de balões by Metropoles on Scribd

Ocorrências policiais

Além das infrações de trânsito, Willian teve denúncias contra ele registradas na polícia. Uma ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul) e homologada no dia 17 de agosto de 2009 atribui a ele a prática de injúria, ameaça e dano, praticados durante a cobrança de uma dívida de R$ 700. Segundo a denunciante, ela estava em casa quando Willian e um homem não identificado invadiram a residência da vítima e ele gritava: “Cadê meu dinheiro”, chegando a ameaçar atear fogo em um videogame que estava ligado.

Conforme o relato da vítima, no momento em que ela se dirigia ao portão, o homem já estava no lote e a xingava de “vadia, safada e vagabunda”, com o dedo em riste e dizendo: “Vou te meter um tiro no meio da boca”.

As ameaças também teriam sido feitas ao marido da denunciante. O casal disse ter tentado chamar a polícia, momento em que Willian teria dito “não ter medo de policial”, pois “quem tem dinheiro não vai preso”. Willian era dono de uma empresa de factoring – que emprestava dinheiro e trocava cheques –, que já encerrou as atividades.

Também há ocorrências policiais contra ele por violação da Lei Maria da Penha, ameaça, dano, lesão corporal e furto de água, luz e sinal de telefone. Todas as denúncias feitas contra o empresário foram arquivadas e nenhuma resultou em processo judicial.

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Agressão

Marina disse que está traumatizada e acredita ter nascido de novo. “Não está doendo nada, só ardendo. Eles me arrastaram e a minha minha cabeça ficou presa entre as rodas do carro. Pensei que fosse morrer”, frisou, enquanto recebia atendimento do Corpo de Bombeiros.

A vítima relatou que trabalhava no local quando o motorista do Mercedes-Benz se aproximou dela e pediu três balões. Enquanto a vendedora separava os itens solicitados, a passageira, no banco do carona, pediu um desconto. Como Marina se recusou a vender o produto mais barato, a mulher, que se chama Larissa Alves de Andrade da Cunha, puxou os balões da mão da idosa e fechou o vidro. Nesse momento, o condutor do carro arrancou em alta velocidade.

O delegado Paulo Almeida, responsável por colher as versões de testemunhas, do autor e da vítima, disse que é preciso amarrar algumas pontas soltas do caso para poder qualificar o crime. Entre as possibilidades, estão lesão corporal, furto e tentativa de homicídio.

“Alguns fatores são considerados agravantes para o caso, como o fato de o autor ter fugido do local sem prestar socorro, o pequeno valor dos objetos, a própria idade da vítima e, também, por ela ter sido arrastada”, pontuou o investigador.

Depoimento

A oitiva do empresário, que se apresentou na 12ª DP nesta terça-feira (18/06/2019), durou cerca de duas horas. Ele confessou que estava dirigindo o veículo na noite do ocorrido. Willian disse ainda que resolveu fazer uma “brincadeira” e não percebeu que a mulher estava presa ao carro.

O Metrópoles telefonou para o advogado de Willian e ele pediu para retornar mais tarde. Foram feitas diversas ligações telefônicas após o primeiro contato, mas ele não atendeu. A reportagem também tentou falar com o homem que atropelou a vendedora por meio dos números informados no CNPJ vinculado a uma antiga empresa da qual ele era proprietário. O telefone é o mesmo que consta nas ocorrências policiais, mas o empresário não atendeu nem retornou.

Ajuda

O caso gerou grande repercussão no Brasil. Inconformados com o episódio, vários leitores do Metrópoles buscaram informações sobre como ajudar Marina. Até mesmo uma vaquinha virtual foi criada para auxiliar a moradora de Taguatinga. Na noite desta terça-feira, as doações ultrapassavam R$ 34 mil.

“Estou surpresa e muito contente com toda a solidariedade que venho recebendo desde sábado. Muitos me procuraram, e assim percebo que ainda é possível acreditar na bondade e compaixão das pessoas”, ressaltou Marina.

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