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Após desocupação, parque do Lago Sul permanece fechado há quase um ano

Reserva Ecológica das Copaíbas não recebe visitantes desde julho de 2018, quando a Agefis promoveu ação de retirada de ocupações irregulares

atualizado

Michael Melo/Metrópoles

Fechado ao público há quase um ano, o Parque Ecológico das Copaíbas, no Lago Sul, segue sem previsão para ser reaberto à população. A área de preservação ambiental foi cercada e a entrada de visitantes passou a ser proibida desde que a então Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) – atual DF Legal – promoveu a retirada das ocupações e de moradores irregulares, em julho do ano passado.

Criado por lei em 1996, o parque pertence à Área de Proteção Ambiental (APA) do Lago Paranoá e possui, ao todo, 76 hectares distribuídos entre a QI 26 e a QI 28. A região abriga também o Córrego das Antas, que deságua no lago e em outras nascentes. Em 2013, uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) determinou a saída imediata dos ocupantes irregulares – no entanto, a ordem foi descumprida pelos moradores.

Só com a ação dos fiscais, em julho de 2018, a determinação judicial foi cumprida. Vinte e duas casas acabaram demolidas e todos os residentes deixaram a área. Desde então, o espaço está cercado e fechado para a população. Apenas servidores do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) estão autorizados a ultrapassar as cercas.

Quem mora na QI 28 destaca a importância do espaço para a comunidade. “Não temos nada a ver com o fato de o parque estar fechado, mas defendemos que ele seja reaberto e recuperado. Creio que a liberação para caminhadas e trilhas já poderia ter ocorrido, de imediato. Lá tem uma vista muito bonita, queremos poder usufruir dele”, explicou o secretário da Associação de Moradores da QI 28, Jorge Dantas Dias.

Procurado pela reportagem, o Ibram, responsável pela administração e preservação do local, informou que aguarda a construção de uma guarita para garantir a vigilância do Parque Ecológico das Copaíbas. Em nota, o órgão afirmou que o espaço segue cercado por completo e o projeto “está em fase final de aprovação”.

Trilhas

O instituto garantiu que, tão logo “instalada [a guarita], o parque vai ter uma vigilância no local e poderá ser aberto à comunidade”. Ainda segundo o Ibram, não há previsão de que outras obras de infraestrutura sejam realizadas no lugar. Ao Metrópoles, o instituto justificou que há projeto para uma “trilha rústica apenas”. “Trata-se de uma área com muita vegetação que deve ser preservada”, pontuou em nota.

De acordo com Dias, os residentes se prontificaram para arcar com os custos das grades destinadas à proteção do ambiente. “Fomos nós que pagamos pelas grades, o Ibram disse que não tinha dinheiro e era preciso evitar novas invasões. Ainda oferecemos um plano de uso do local e nos dispusemos a vigiá-lo, pelo menos, uma vez ao dia. Temos seguranças aqui na quadra que poderiam fazer a vistoria”, finalizou o secretário da associação.

Revitalização

Em fevereiro deste ano, o Governo do Distrito Federal (GDF) lançou o projeto SOS Parques – a ação busca revitalizar, nos próximos quatro anos, os espaços públicos da cidade. O programa teve início com uma vistoria no Parque Ecológico Saburo Onoyama, em Taguatinga. A unidade será a primeira contemplada com as reformas.

Segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), ainda não há definição de quantas e quais unidades serão atendidas, nem o valor que será investido no projeto. Entretanto, de acordo com o presidente do Ibram, Edson Duarte, a estimativa é de que ao menos seis áreas sejam reformadas em 2019 – as mais precárias terão prioridade.

O programa contará com atuação conjunta da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) e da Companhia Energética de Brasília (CEB).






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