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Falta de canabidiol na rede pública atormenta pacientes no DF

Sem o canabidiol – remédio derivado da maconha – pacientes sofrem com a perda da qualidade de vida e até mesmo com risco de morte

atualizado

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Material cedido ao Metrópoles
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1 de 1 Falta-de-canabidiol-na-rede-pública-atormenta-pacientes-no-DF-2 - Foto: Material cedido ao Metrópoles

Apesar da perda da qualidade de vida e do risco de morte, pacientes têm tido dificuldade em ter acesso ao tratamento com canabidiol (CBD) pela rede pública de saúde do Distrito Federal. O medicamento derivado da maconha  deixou de ser distribuído nas Farmácias de Alto Custo, segundo familiares de pacientes em busca de tratamento.

Em 11 de novembro deste ano, o Metrópoles contou o drama de Gabriela Palhares Glitz Ferreira Schumann (foto em destaque), 21 anos. A jovem é diagnosticada com epilepsia e precisa do canabidiol para sobreviver. Por conta da burocracia, a família da moça enfrentou um verdadeiro calvário para conseguir fazer a solicitação do tratamento.

Na terça-feira (5/12), o servidor público Adalberto Alfredo Schumann, pai de Grabriela, recebeu a resposta da Secretaria de Saúde. O pedido de acesso ao tratamento foi negado. “Eles estão alegando que a minha filha não se enquadra nos pré-requisitos, como se a epilepsia não fosse tratada com o CBD”, afirmou.

No entanto, Adalberto tem em mãos um documento encaminhado pela Secretaria de Saúde para a Defensoria Pública do DF (DPDF) em 2023. Nele, a própria pasta admitiu o tratamento de epilepsia com o canabidiol. Além disso, o comunicado ressaltou que a Farmácia de Alto Custo é o local onde se deve buscar os fármacos para este tipo de caso.

Adalberto pretende recorrer à Justiça. Gabriela luta contra crises 24 horas por dia. O canabidiol ameniza os episódios, permitindo que a jovem tenha qualidade de vida. Mas o medicamento custa caro: dependendo da marca, os valores variam entre R$ 4 mil e R$ 5 mil.

Sem canabidiol

O drama de Gabriela não é isolado. Diagnosticado com transtorno do espectro autista, Arthur Oliveira Reis, 8, depende do tratamento com o CBD para ter qualidade de vida. O menino recebia o remédio pela rede pública. No entanto, segundo a família, há quase um ano, o garoto não recebe mais o medicamento.

“Meu filho está sem o medicamento. Como eu posso falar? Todo o ganho que ele teve, perdeu. Ele voltou a defecar na roupa, no chão. Meu filho voltou a se autoflagelar. Ele perdeu tudo o que tinha melhorado. Está agressivo, até na própria escola”, contou Marcelo Ribeiro dos Reis, pai de Arthur.

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Em junho deste ano, Marcelo recebeu a informação de que não havia previsão de chegada de novo lote. Em novembro, o medicamento seguia em falta. Na quarta-feira (6/12), ao perguntar se haveria CBD disponível, recebeu a seguinte resposta: “Infelizmente, não”.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Saúde. Na manhã de quinta-feira (7/12), a pasta confirmou o desabastecimento. Atualmente, 52 pacientes estão oficialmente cadastrados para receber o medicamento.

A pasta argumentou que está em processo de compra de novos lotes. Sobre novos pedidos eventualmente negados, a secretaria afirmou que os cadastros dependem de critérios terapeuticos.

Leia a nota completa:

A Secretaria de Saúde informa que o Canabidiol 200 MG/ML SOLUÇÃO ORAL 30ML está em processo de compra para que o abastecimento seja normalizado. O desabastecimento se deu devido ao fracasso de certames licitatórios. Salientamos que há processo de compras emergencial em andamento

Frisamos que, para receberem o medicamento, os pacientes devem estar enquadrados nos critérios terapêuticos de inclusão estabelecidos por esta Secretaria. Ao serem avaliados e estarem com os cadastros feitos, assim que o abastacimento for normalizados, receberão o medicamento normalmente.

No momento, a Secretaria possui 52 pacientes cadastrados para receber o canabidiol pelo SUS do DF.

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