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DF: vendedora de balão arrastada por carro ganha R$ 13 mil em vaquinha

Valor foi arrecadado em apenas três horas de campanha. Violência contra Marina Izidoro comoveu o país inteiro

atualizado

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JP Rodrigues/Metrópoles
Dona-Marina
1 de 1 Dona-Marina - Foto: JP Rodrigues/Metrópoles

O caso de Marina Izidoro de Morais, arrastada por 100 metros após se recusar a dar desconto na venda de balões, gerou grande repercussão no Brasil inteiro. Inconformados com o episódio, vários leitores do Metrópoles buscaram informações sobre como ajudar a diarista, de 63 anos. Até mesmo uma vaquinha virtual foi criada para auxiliar a moradora de Taguatinga. Em menos de três horas, as doações ultrapassavam a casa dos R$ 13 mil.

A secretária-executiva Patrícia Pacheco, 50, entrou na corrente solidária. Comovida com a agressão sofrida por Marina Izidoro, Patrícia diz ter chorado ao tomar conhecimento da notícia. “Não sei o que está acontecendo com o mundo, a gente só vê coisa ruim. Teve o caso do menino Rhuan; o feminicídio no Cruzeiro. É muito triste”, lamenta.

Além da ajuda financeira, Patrícia mobilizou a associação do banco em que trabalha, a fim de que alguma ação maior possa ser feita. “Já fizemos algumas arrecadações para a Casa do Ceará e também alguns lares de idosos. Falei para que, na próxima ação, ajudemos a dona Marina”.

Outro que entrou em contato com o Metrópoles – por meio das redes sociais – com intuito de realizar uma boa ação foi o gestor de recursos humanos Sílvio Trida. “Fiquei muito revoltado quando vi a notícia, preciso ajudar de alguma forma. Quero ir até a casa dela para poder encontrá-la e fornecer o apoio”, diz.

Gratidão

Maicon Roberto, o único filho de Marina, conta estar feliz com toda demonstração de carinho que a mãe vem recebendo. “Que Deus abençoe todas as pessoas que estão nos ajudando”, diz.

Até mesmo uma vaquinha virtual, no site Razões para Acreditar, já foi criada para levantar recursos. A meta inicial, de R$ 10 mil, foi ultrapassada em menos de três horas. Até as 19h desta segunda-feira (17/06/2019), contava com mais de R$ 13 mil doados. “O dinheiro vai ficar por conta da minha mãe, mas pode ter certeza que ela vai guardar. Não vai gastar com besteira”, conta. Caso queira doar, entre na vaquinha virtual clicando neste link.

Investigadores da 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro) já identificaram o empresário dono da Mercedes-Benz Cla 45 AMG e aguardam a apresentação espontânea. Até o momento, não se sabe se ele mesmo era quem estava ao volante na hora em que a trabalhadora foi arrastada. Por esse motivo, a polícia ainda não divulgou o nome dele.

Veja como ficou Marina após ser arrastada
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O caso

O caso ocorreu na noite desse sábado (15/06/2019), na Área Especial 1, em frente ao colégio Marista em Taguatinga Sul. A mulher, traumatizada, acredita ter renascido. “Não está doendo nada, só ardendo. Eles me arrastaram, e a minha minha cabeça ficou presa entre as rodas do carro. Pensei que fosse morrer”, frisou, enquanto recebia atendimento do Corpo de Bombeiros.

Assista ao vídeo:

A vítima relatou que trabalhava no local quando o motorista do Mercedes-Benz aproximou-se dela e pediu três balões. Enquanto a vendedora separava os itens solicitados, a passageira, no banco do carona, pediu um desconto. Como Marina se recusou a vender o produto mais barato, a mulher puxou os balões da mão da idosa e fechou o vidro. Nesse momento, o condutor do carro arrancou em alta velocidade.

Os balões estavam amarrados ao braço de Marina, e ela acabou sendo arrastada pelo automóvel. Somente parou quando as bexigas se soltaram. O motorista usava uma camisa do Flamengo, segundo a vítima.

Testemunhas contaram que, após a ação, o motorista do carro de luxo, adquirido por R$ 220 mil em dezembro de 2018, fugiu da cena do crime. A vendedora foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) e encaminhada para o Hospital Regional de Taguatinga (HRT). Ela sofreu diversas escoriações pelo corpo.

A trabalhadora prestou queixa na 21ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Sul), mas a investigação está a cargo da 12ª DP (Taguatinga Centro). A ocorrência foi registrada como lesão corporal.

Ainda se recuperando do susto, dona Marina descreveu o pânico vivido durante o episódio. “O que eu senti foi desespero. Foi uma cena horrível. Eu não desejo que nenhuma pessoa passe por isso, nunca. Desde ontem [16/06/2019], quando acordei, toda hora que eu lembro, começo a chorar”, contou.

Ela disse que trabalha há quatro anos vendendo balões e nunca imaginou que passaria por situação semelhante. Marina é diarista, passa roupas em casa de famílias e, aos fins de semana, vende balões para aumentar a renda.

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