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Fiscais irão em padaria onde Bolsonaro comeu no balcão

O consumo de alimentos dentro de estabelecimentos no DF está proibido por decreto. Em caso de reincidência, loja pode pagar multa de R$ 3,6

atualizado

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Bolsonaro em padaria da Asa Norte comendo sonho
1 de 1 Bolsonaro em padaria da Asa Norte comendo sonho - Foto: Reprodução

A padaria Pão Dourado terá de prestar esclarecimentos à Secretaria DF Legal sobre o descumprimento do decreto em vigor, que proíbe o consumo dentro das lojas. Nessa quinta-feira (09/04), o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), esteve no local, onde comeu um sonho e tomou um refrigerante no balcão de atendimento da unidade localizada na 302 Norte.

Conforme explicou a pasta responsável pela fiscalização no DF, o impedimento de comer ou beber dentro dos estabelecimentos é mais uma forma de prevenção ao coronavírus. Uma vez que a norma foi desrespeitada, serão  enviados auditores ao local para orientar o proprietário sobre o decreto, além de verificar qual é a rotina da loja. Em caso de reincidência, a panificadora pode ser multada em R$ 3,6 mil.

Confira as imagens

Bolsonaro esteve na padaria acompanhado do filho Eduardo e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Sem usar máscara, foi cercado por clientes e funcionários, tirou fotos e distribuiu abraços.

O lanche durou cerca de meia hora. O chefe do Executivo nacional chegou ao balcão, fez o pedido e comeu em pé, enquanto conversava com funcionários e clientes.

Se o presidente conseguiu entrar na padaria sem alarde, quando saiu, após realizar o pagamento, uma grande movimentação já se formava na porta. Moradores da quadra, trabalhadores de lojas vizinhas e garis pararam para registrar o momento.

O público que assistia mais distante à movimentação se dividiu entre aplausos e vaias ao mandatário.

Redes Sociais

Nas redes sociais da Pão Dourado, muitos clientes se manifestaram, a maioria com críticas ao estabelecimento.

“Queria entender como essa padaria permitiu o consumo em balcão se o decreto distrital proíbe isso. Espero que o governador Ibaneis Rocha tome uma atitude e feche esse estabelecimento por estar claramente desrespeitando a lei e colocando em risco a saúde da comunidade e dos próprios funcionários”, disse um internauta.

Outra cliente lamentou a atitude da gerência da loja e de Bolsonaro. “Padaria e presidente irresponsáveis por fazer aglomeração neste momento. Contrariam a recomendação de profissionais da área da saúde e colocam a vida de muitas pessoas em risco!”, afirmou.

Mas há também quem não enxergasse problema na atitude do presidente. “O povo gosta de derrubar as pessoas, de chegar e falar mal sem saber de nada. É lamentável como tem gente que torce para a maldade, para denigrir a imagem de pessoas e de empresas”, defendeu.

O que diz a Pão Dourado

Em nota, a Pão Dourado disse ter sido pega de surpresa com a visita de Bolsonaro e esclareceu que segue à risca do decreto distrital. Veja o texto completo:

A Pão Dourado informa que cumpre todas as determinações dos governos Distrital e Federal, como também as orientações da Organização Mundial da Saúde no que se refere ao distanciamento de pessoas e higienização permanente no ambiente de trabalho, com uso constante de álcool em gel.

A visita do presidente na unidade da empresa não foi esperada e o consumo de alimento no interior do estabelecimento não é prática da empresa nesse momento, que retirou todas as mesas e cadeiras de seu ambiente, conforme determinação do Governo do Distrito Federal.

A presença do presidente, por si só, ocasiona aglomeração de pessoas ao seu redor, o que não pode ser imputado à empresa, que cumpre todas as normas vigentes para que não haja aglomerações.

Assim, todas as precauções vêm sendo tomadas para combater a disseminação da Covid-19 em suas unidades“.

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