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Depoimento decisivo: como CPI do DF se prepara para ouvir general Heleno

General Heleno vai prestar depoimento em CPI da tentativa de golpe após cancelamento de oitiva e acordo com o Exército

atualizado

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1 de 1 homem idoso - Foto: BRUNO ROCHA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADAO CONTEUDO

Deputados distritais avaliam como “decisivo” o novo depoimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos. Na próxima quinta-feira (1º/6), a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) recebe o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) general Augusto Heleno.

Os parlamentares da bancada da esquerda preparam questionamentos que procuram esclarecer não só omissões, mas possíveis ações de Heleno que puderam incentivar uma tentativa de golpe de Estado. O general é ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e chegou a responder “não” quando bolsonaristas perguntaram se “bandido sobe a rampa”, em dezembro de 2022, em referência a um suposto cancelamento da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Vejo como um depoimento decisivo, porque vai ser o primeiro de um ex-ministro de Bolsonaro. Há um caminho de investigação que busca esclarecer quem foram os incentivadores e apoiadores do golpe. Tem gente que pensou, coordenou e planejou o golpe. Muita gente próxima ao governo cumpria esse papel, muita gente ligada ao general Heleno atuava ou incentivava os atos do dia 8”, afirmou o deputado distrital Fábio Felix (Psol), membro da CPI.

Heleno já havia sido convidado a prestar esclarecimentos, mas acabou declinando em cima da hora. Após novas reuniões com assessores parlamentares do Exército, o general garantiu a presença na próxima quinta-feira. Outro participante da Comissão que pode trazer questionamentos mais incisivos sobre os atentados contra a democracia é o petista Gabriel Magno.

“Já há indícios que mostram omissão, pelo menos, de parcela importante do Exército e das forças de segurança. Não das instituições, de maneira geral, mas de pessoas que tiveram omissão nítida. E temos de observar se há ainda ação. O plano de golpe foi pensado e planejado. Em algum momento teve ruptura, mas tentaram executar. É importante avaliar de onde surgiu, quem participaria e qual o possível papel do GSI nesse processo de articulação e mobilização.”

Outros pontos que serão levantados na CPI são a manutenção do acampamento golpista em uma área do Setor Militar Urbano (SMU) e a nota das Forças Armadas que deu confiança aos bolsonaristas ao levantar suposta legalidade daquelas manifestações. Max Maciel (Psol), por exemplo, vai questionar os temas.

“Considerando a nota dos comandantes das Forças Armadas sobre os acampamentos em frente aos quartéis, a Constituição Federal autoriza as Forças Armadas a se engajarem ou mediarem conflitos políticos? Qual era a relação entre o general Heleno e as lideranças presentes no acampamento do QG em Brasília?”, pondera.

Calendário

Um novo calendário de depoimentos foi aprovado pela CPI. Como o Corpus Christi será ponto facultativo, em 8 de junho, a CPI articula para ouvir dia 5/6, uma segunda-feira, dois coronéis da PMDF: Paulo José e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, ex-comandante do 1º Comando de Policiamento Regional (1º CPR).

Em seguida, dia 15 de junho, o general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI que apareceu em imagens da invasão de bolsonaristas ao Palácio do Planalto, vai prestar depoimento. A oitiva de Alan Diego dos Santos, preso por tentativa de atentado à bomba no DF, está marcada para dia 22.

Por fim, antes do recesso parlamentar, o coronel Klepter Rosa Gonçalves, comandante-geral da PMDF, será ouvido, em 29 de junho.

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