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Mandetta diz que governo federal é “perverso” ao lidar com a crise no AM

Ex-ministro disse que alertou presidente sobre importância do oxigênio e criticou falta de planejamento para administrar situação em Manaus

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e secretários de Vivilância em Saúde, Wanderson Kleber, e o secretário-executivo durante coletiva Palcio PLanalto covid-19
1 de 1 Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e secretários de Vivilância em Saúde, Wanderson Kleber, e o secretário-executivo durante coletiva Palcio PLanalto covid-19 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta classificou como “perverso” o direcionamento da crise no Amazonas pelo governo federal e disse que, quando ainda estava no cargo, explicou ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a importância do oxigênio para impedir um colapso do sistema de saúde.

“É muito triste falar sobre esse tema sabendo que ele foi abordado por mim junto ao presidente exatamente focando na falta de oxigênio, já que nós já tínhamos assistido na Itália um colapso parcial de oxigênio na cidade de Bergamo, e foi quando as pessoas pararam de ir pro hospital e começaram a falecer em casa”, relembrou Mandetta, em entrevista à GloboNews na noite de sexta-feira (16/1).

“Oxigênio não acaba da noite para o dia, você tem um consumo médio”, disse ele, afirmando que era possível administrar melhor a crise que acomete o estado. “Não está havendo monitoramento, planejamento. Há falta de atitude, falta de governança, falta de interesse do governo federal”, prosseguiu.

O sistema de saúde do Amazonas vive uma situação de colapso com o recrudescimento dos casos de infectados pelo novo coronavírus e a alta de mortes em decorrência da doença. Depois que as internações por Covid-19 bateram recorde na unidade federativa, os hospitais, sobrecarregados, ficaram sem oxigênio para pacientes.

Mandetta definiu o direcionamento da crise pela gestão Bolsonaro como “perverso”.

“Os adjetivos são muito abundantes: tem gente que fala que é loucura, tem gente que fala que é negacionismo, tem gente que fala que é despreparo. Mas há um componente de perversidade nessa história”, afirmou.

“A gente vê sistematicamente o direcionamento perverso. ‘Quer dizer, eu fico aqui, não faço, e jogo a culpa no governador e no prefeito sobre qualquer ocasião, ou jogo a culpa no ex-ministro, ou jogo a culpa em alguém’. Muito cuidado as outras cidades. Aos outros prefeitos e governadores, se organizem”, alertou.

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