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La Putaria e a proibição de crepe de pepecas e pirocas: “Censura”

A doceria La Putaria foi embargada pelo Ministério da Justiça. Especialistas explicam classificam a medida como “censura”

atualizado

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Aline Massuca/Metrópoles
La Putaria e a proibição de crepe de pepecas e pirocas
1 de 1 La Putaria e a proibição de crepe de pepecas e pirocas - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

“Uma ação orquestrada de censura em ano eleitoral”. É dessa maneira que a advogada Deborah Sztajnberg, da confeitaria La Putaria, definiu a decisão do Ministério da Justiça e Segurança Pública de ter proibido o local de vender alimentos com formato de genitais para menores de 18 anos, determinado, ainda, a restrição do letreiro do empreendimento.

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A confeitaria surgiu no ano passado, em Lisboa. Após o sucesso, a mineira Juliana Lopes, abriu as portas da primeira unidade no Brasil, em Belo Horizonte, e depois no Rio de Janeiro. A casa oferece waffles em forma de pênis e vagina.

Desde a abertura no Brasil, a doceria tem sido tema de debates em torno da censura e do falso conservadorismo de quem se incomodou com os produtos. Afinal, quais os tabus que envolvem a proibição da venda dos doces em formatos genitálias?

Censura

A discussão sobre a proibição de corpos é antiga e a decisão do Ministério de Justiça reacende esse debate. De acordo com a representante da doceria, o espaço vai recorrer à decisão. Deborah Sztajnberg lembra que, desde 1988, foi votado pela Assembleia Constituinte de 1987 o texto da Constituição Federal que cessava a censura no país.  Vale ressaltar que, após a restrição, uma fila se formou em frente a loja do Rio de Janeiro.  

Em pleno 2022, em uma cidade como no Rio de Janeiro, que as pessoas andam de biquínis frequentando restaurantes e que sedia o maior espetáculo da terra que é o Carnaval… Considero, no mínimo, uma contradição”, esclarece.

Como justificativa, o despacho enumera a proteção dos consumidores considerados “hipervulneráveis”. Deborah reforça que o acesso aos estabelecimentos é proibido para menores de 18 anos, e um aviso sobre a restrição é exibido na porta das lojas. Para ela, a medida pode ter fins eleitorais.  “Só aconteceu porque estamos em um ano eleitoral com uma pauta de plataforma eleitoral que se alinha com questões de censura moral”, afirma.

Educação e sexualidade

Para a psicóloga sexual colaboradora da plataforma Sexo sem Dúvida Priscila Junqueira, o fato continua alimentando o tabu sobre a sexualidade: “Nosso país vive há muito tempo uma hipocrisia”, define. Na visão da especialista, a questão que deve ser levantada é: por que posso expor corpos e genitálias em vários locais e não posso vender um alimento em formato de genitália?

“É urgente quebrar essa repressão que nos acompanha perpassando anos e entender que empresas como essa favorecem essa quebra e trabalham educação em sexualidade. A partir do momento que naturalizo mais meu corpo, me sinto melhor com ele”, reforça.

“Viva as genitálias” 

Por fim, para ela, esse tipo de iniciativa ajudaria no debate acerca da sexualidade — e impactam, até mesmo, a saúde pública.  “Países com educação em sexualidade adequada tem menos Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), gravidez na adolescência e mais prazer no sexo”, finaliza.

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