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Fãs e o ódio pelo fim: decisão de Simone e Simaria causa indignação

Psicóloga Maria Rafart explica como a relação desenfreada entre fã e artista pode levar a complicações extremas

atualizado

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Simone e Simaria, dupla sertaneja. Elas tem longos cabelos escuros, estatura média e pele clara - Metrópoles
1 de 1 Simone e Simaria, dupla sertaneja. Elas tem longos cabelos escuros, estatura média e pele clara - Metrópoles - Foto: Reprodução

A saúde psíquica de um ídolo que tem as portas de seus sentimentos escancarada pode cobrar um preço muito alto – burnout, stress, síndromes ansiogênicas, depressão e até fobias sociais podem se desenvolver através dessa tensão. Nossa cultura de massa coloca em lugar sagrado pessoas, produtos e marcas.

Elas são idolatradas (e odiadas) por muitos. Porém, muitas vezes, uma pessoa é nivelada com um simples produto. E este é um risco enorme para um artista – ao virar produto, não importa como ele se sinta ou como se sacrifique, ele se acha na obrigação de fazer a sua entrega.

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O produto chamado dupla Simone & Simaria deixará de existir, segundo nota oficial. Mesmo que haja pessoas que sofrem, sentem, vivem e se ressentem por trás da história que é ao mesmo tempo familiar e profissional, o mundo quer que esse produto continue a existir.

Simone & Simaria têm fãs, e sua carreira se alimenta também do buzz, do barulho, que esses fãs fazem ao redor de suas vidas. Em tempos digitais, para ser sucesso não basta emplacar uma música nas paradas: há praticamente a obrigação de se desnudar simbolicamente nas redes sociais: assim, elas mostram diariamente suas casas, suas famílias, suas conquistas e seus perrengues do dia a dia.

Essa cultura de fãs pode, contudo, levar a extremos: a vida do artista pode ficar tão devassada, tão aberta, tão escancarada, que quando ele deseja fechar uma porta e se recolher, os próprios fãs reclamam e escancaram essas portas.

E é esta basicamente a função da imprensa especializada em fofoca: abrir para os fãs as portas que o artista insiste em manter fechadas. Uma coisa se alimenta da outra, fãs alimentam a carreira, o artista se mostra, depois se recolhe, depois a imprensa abre a informação, o artista explica, depois se fecha, e recomeça o ciclo.

O fã raiz sacraliza o seu ídolo, e o defende também. Quando acontece uma fragilização do nível de Simaria, que se mostra em público alterada em sua saúde psicológica, esta notícia coloca fogo nos haters – internautas que, mesmo conhecendo os limites do que pode ou não ser publicado, entram nos posts para difamar a cantora.

Os fãs se irritam, a defendem, e assim sucessivamente o barulho é amplificado ao infinito. Isto afeta mais ainda a saúde mental da cantora, e novamente alimenta o ciclo. A indicação para que ela se afaste das redes sociais por algum tempo pode ser o remédio que ela precisa para voltar a se equilibrar.

– Análise da psicóloga Maria Rafart.

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