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“Chegou a hora de falarmos por nós”, diz candidata trans ao Congresso

Paula Benett é ativista de direitos humanos, assistente social e tentará uma das 8 cadeiras da Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal

atualizado

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paula benett
1 de 1 paula benett - Foto: Divulgação

A ativista de direitos humanos Paula Benett lançou, na última sexta-feira (18/3), a pré-candidatura a uma das oito cadeiras da Câmara dos Deputados pelo Distrito Federal. A assistente social é filiada ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).

É a segunda vez que a mineira de Miraí disputa um cargo eletivo. Em 2018, pretendia concorrer à Câmara dos Deputados, mas arranjos internos na sigla empurraram sua candidatura para a Câmara Legislativa (CLDF). A militante não chegou a ser eleita.

“Decidi ser pré-candidata a deputada federal para ocupar um espaço que há muito tempo nos é negado, mas que decide sobre a nossa vida e, na maioria das vezes, sem nós. Temos parlamentares simpatizantes à pauta trans/LGBTQIA+ e somos gratos por isso. Contudo, chegou a hora de falarmos por nós mesmas, de termos nossa própria voz. Estou preparada, tenho a vivência aliada à experiência e a coragem para avançar”, afirmou ao Metrópoles.

Paula defende a criação de espaços de inclusão para pessoas trans, que muitas vezes, invisibilizadas pela sociedade, acabam sendo marginalizadas.

“Durante toda a minha vida, eu lutei contra esse sistema cruel que nos empurra para nichos impostos. A maioria das meninas transexuais e travestis como eu estão na prostituição, que é uma profissão e deve ser respeitada, mas quando é opção e não uma imposição por não haver mais oportunidades por causa do preconceito e do machismo. São esses nichos que matam a fome das minhas irmãs que precisam sobreviver”, emendou.

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Violência trans

Paula Benett chegou a ocupar o cargo de coordenadora de Políticas LGBT do Governo do Distrito Federal (GDF), mas afirmou ter sido demitida da Secretaria de Justiça e Cidadania por telefone.

“Tive a honra de ser gestora de políticas LGBT nas duas últimas gestões, pude elaborar política pública, atos normativos e realizar ações que tiveram impacto positivo na vida das pessoas LGBT. Inclusive, fui desbravadora sendo a primeira mulher trans como coordenadora de políticas LGBT no DF. Como servidora da Secretaria da Mulher, fui eleita a primeira conselheira no Conselho da Mulher em mais de 30 anos de história”, conta.

A pré-candidata pretende pautar temas para mudar uma triste realidade registrada no Brasil: é um dos países que mais matam mulheres trans e travestis do mundo.

“A cada dia, mesmo com leis e normativas, muitas mulheres, pessoas LGBTQIA+ e pessoas jovens negras e indígenas estão sendo mortas no Brasil. É preciso mais leis e fortalecimento das já existentes para barrar essa violência. Mas também é preciso preveni-la dialogando e conscientizando a sociedade. Sei que o caminho será difícil e árduo, mas levo comigo minha fé e minha coragem. É a chance de transformar a nossa sociedade em um lugar melhor para se viver de forma digna”, finalizou.

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