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Veja as grifes e os produtos mais desejados no 1º trimestre de 2021

Entre as peças femininas, o último ranking da plataforma Lyst inclui a tiara usada pela poeta Amanda Gorman na posse de Biden

atualizado

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Gucci/Divulgação
Modelos usam peças da grife Gucci
1 de 1 Modelos usam peças da grife Gucci - Foto: Gucci/Divulgação

Pelo terceiro trimestre seguido, a Gucci é a grife mais desejada do mundo, de acordo com a plataforma de compras de moda Lyst. A cada três meses, desde 2017, a empresa lista as marcas e os produtos femininos e masculinos mais desejados do período. Esta edição marca o primeiro ano da pandemia de Covid-19 e mostra que o público já tem procurado mais por peças “de sair”, à medida em que partes do mundo têm retomado atividades externas gradualmente.

Vem conferir os principais detalhes do Lyst Index Q1 2021!

@girlysblog/Giphy/Reprodução

Marcas mais quentes

Em um ano de pandemia, as compras virtuais continuam em forte demanda, assim como as experiências digitais das grifes. Segundo a Lyst, esses fatores ajudaram a Gucci a continuar no topo do ranking de marcas. Outras ações marcantes incluem os resultados da collab com a The North Face e de “tênis virtuais”, assim como os looks de Billie Eilish e Harry Styles no Grammy. Sem falar, é claro, no hype em torno de uma foto de Lady Gaga e Adam Driver nas gravações do filme House of Gucci.

A demanda por roupas de ginástica ajudou a alavancar a Nike para a segunda posição do ranking, assim como o lançamento dos tênis sem cadarço Go FlyEase, que podem ser colocados e retirados dos pés sem usar as mãos. Curiosamente, a situação mais comentada envolvendo a marca esportiva foi o processo contra a empresa MSCHF, que customizou calçados dela sem autorização para uma collab com o rapper Lil Nas X.

“Esse episódio levanta algumas questões interessantes sobre como os consumidores interagem com – e remixam – produtos e marcas. É também um lembrete de como momentos não planejados podem dominar as manchetes de empresas fortemente inseridas na cultura”, diz um trecho da análise do levantamento.

Nesta edição, duas grandes grifes aparecem pela primeira vez no Lyst Index: Dior (3º) e Louis Vuitton (7º). A plataforma justificou que a Dior não havia aparecido anteriormente por causa de seu modelo de distribuição. A LV tem uma distribuição limitada por meio da própria Lyst, mas acabou marcando presença.

Confira o ranking das 20 marcas mais desejadas do 1º trimestre de 2021, segundo a plataforma Lyst:

1. Gucci (posição anterior: 1)
2. Nike (11)
3. Dior (não apareceu)
4. Balenciaga (2)
5. Moncler (3)
6. Prada (5)
7. Louis Vuitton (não apareceu)
8. Bottega Veneta (7)
9. Saint Laurent (6)
10. Off-White (4)
11. Versace (8)
12. Burberry (12)
13. Fendi (10)
14. Valentino (9)
15. Alexander McQueen (14)
16. Loewe (15)
17. Givenchy (17)
18. Jacquemus (13)
19. Balmain (16)
20. Stone Island (19)

Harry Styles vestindo Gucci no tapete vermelho do Grammy 2021
O 1º lugar do ranking trimestral, novamente, é da Gucci. No primeiro trimestre deste ano, a marca vestiu Harry Styles e Billie Eilish para o Grammy
Lil Nas X na campanha dos Satan Shoes, tênis lançados em parceria com a MSCHF
A Nike processou a empresa MSCHF pela customização não autorizada dos tênis polêmicos em parceria com Lil Nas X e acabou ficando na boca do povo. A etiqueta esportiva aparece em 2º lugar
Kim Ji-Soo, integrante do Blackpink e embaixadora global da Dior
Em 3º lugar, a Dior desfilou o inverno 2021 feminino em Versalhes e nomeou a cantora Kim Ji-soo (do Blackpink) como embaixadora global
Peça da coleção Glow in the Dark, da Balenciaga
O 4º lugar é da Balenciaga. No primeiro trimestre, a grife abriu uma nova loja em Barcelona, lançou peças que brilham no escuro e, mais recentemente, teve a confirmação de que não usa mais pele nas coleções
Jaqueta Born to Protect, da Moncler
A Moncler fecha as cinco primeiras posições. Entre as ações da marca nos três primeiros meses do ano, está a compra dos 30% restantes da Stone Island

Em 6º lugar na lista, a Prada relatou que teve um crescimento de 200% nas vendas on-line durante o ano fiscal de 2020, enquanto a Moncler (5º) teve um aumento de dois dígitos no comércio eletrônico. Longe das redes sociais, a Bottega Veneta (8º) causou burburinho com o lançamento da própria revista digital e também relatou um crescimento na receita de 2020, mesmo com a pandemia. A Off-White, por sua vez, foi do 4º para o 10º lugar.

“As marcas enfrentam ventos contrários com a incerteza econômica, a lenta retomada das viagens e uma terceira onda de Covid-19 na Europa. Ainda assim, há sinais de otimismo do consumidor após o lançamento da vacina e a abertura prevista de muitos mercados”, analisa o Lyst Index. “Por enquanto, há sinais de que uma demanda reprimida está sendo liberada para itens além do loungewear. O futuro das marcas de moda parece um pouco mais promissor.”

Anualmente, mais de 150 milhões de pessoas usam a plataforma Lyst para fazer pesquisas e comprar produtos de moda dentre 12 mil marcas e lojas. Para chegar ao resultado do ranking trimestral, a empresa analisa o comportamento de compra dos consumidores dentro de seu próprio site, considerando fatores internos, como taxas de conversão e vendas, mas também dados externos globais, como mencionado anteriormente. Dentre esses, a plataforma avalia estatísticas, menções nas redes sociais e pesquisas no Google feitas dentro de três meses.

Desfile FW21 feminino da Prada
A Prada ficou em 6º lugar. No começo do ano, revelou a segunda coleção feminina codirigida por Raf Simons. Além disso, apresentou um forte crescimento nas vendas on-line no ano fiscal de 2020, entre outros detalhes
Naomi Osaka e Nicolas Ghesquière
Pela primeira vez no ranking, a Louis Vuitton aparece em 7º lugar. A nomeação da tenista japonesa Naomi Osaka como embaixadora global foi uma das novidades do primeiro trimestre
Capa da primeira edição da revista Issued by Bottega, da Bottega Veneta
A Bottega Veneta está longe das redes sociais mas não está parada. Na 8ª posição, a grife italiana lançou sua própria publicação digital trimestral, intitulada Issued by Bottega
Catherine Deneuve em campanha da Saint Laurent
Catherine Deneuve aparece na campanha primavera/verão 2021 da grife italiana Saint Laurent, que ficou na 9ª posição
Logotipo da Imaginary TV, iniciativa da Off-White
A Off-White, que começou o ano passado como a marca mais desejada, ficou em 10º lugar desta vez
Produtos femininos mais desejados

Os dados do Lyst Index indicam um aumento quarter-on-quarter (ou trimestre a trimestre) nas pesquisas de categorias como saltos (163%) e vestidos (222%). Como se sabe, são itens que costumam atender ocasiões fora de casa, ou seja, peças “de sair”. Seria este o começo do fim da era dos moletons?

Na lista, exemplos dessa tendência são um mule queridinho de celebridades como Kylie Jenner e Hailey Bieber, da marca The Attico, assim como um vestido assimétrico Nensi Dojaka. Houve, também, aumento no interesse por itens de luxo de segunda mão, especificamente a bolsa Kelly, da Hermès, e o relógio Submarine de 40mm da Rolex; um tamanho maior que, tradicionalmente, costuma ser mais comprado por homens.

Por outro lado, o item queridinho do público feminino dos meses iniciais do ano foi uma jaqueta da collab entre a The North Face e a Gucci, que esgotou imediatamente e fez o maior sucesso no feed do Instagram. Depois disso, o preço dela aumentou cinco vezes entre os revendedores.

Vale destacar, ainda, que o interesse por tiaras vermelhas subiu 560% depois que a poeta Amanda Gorman usou um modelo da Prada na posse de Joe Biden, em janeiro, para declamar um poema autoral. Como resultado, a peça aparece na 6ª posição do ranking de produtos femininos, que também inclui itens como as botas Lug, da Bottega Veneta; e um bucket hat da Ivy Park com a Adidas.

Jaqueta bomber canvas, da The North Face com a Gucci
1. Jaqueta bomber canvas, da The North Face com a Gucci

 

Bolsa Kelly de segunda mão, da Prada
2. Bolsa Kelly de segunda mão, da Prada

 

Botas Lug, da Bottega Veneta
3. Botas Lug, da Bottega Veneta

 

Bolsa Nylon Re-edition 2005, da Prada
4. Bolsa Nylon Re-edition 2005, da Prada

 

Mule Devon, da The Attico
5. Mule Devon, da The Attico

 

Amanda Gorman na posse presidencial de Joe Biden
6. Tiara de cetim da Prada

 

Tênis Go Flyease, da Nike
7. Tênis Go FlyEase, da Nike

 

Bucket hat com monograma, da Adidas x Ivy Park
8. Bucket hat com monograma da Adidas x Ivy Park

 

Relógio Submarine de segunda mão, da Rolex (o de 40mm)
9. Relógio Submarine de segunda mão, da Rolex (o de 40mm)

 

Minivestido assimétrico da Nensi Dojaka
10. Minivestido assimétrico da Nensi Dojaka
O que fez sucesso entre o público masculino

O retorno gradativo ao escritório também marca presença entre os produtos masculinos, como a camisa jeans Brunello Cucinelli, em 6º lugar. Outros quatro itens que compõem a lista são peças de cima, como um colete da Moncler. Parte disso é resultado da tendência “gorpcore”, estilo que valoriza peças criadas para atividades ao ar livre.

“As luvas de tricô do senador Bernie Sanders podem ter gerado milhares de memes, mas foi sua jaqueta Burton Edgecomb o nono produto masculino mais quente, que se esgotou em vários varejistas. As pesquisas aumentaram 96% para a marca em geral”, aponta a lista.

O ranking masculino também inclui quatro tênis, com um modelo futurista da Yeezy em 1º lugar e o Dunk Low, da Nike, em 4º. Rick Owens não costuma usar cores brilhantes nas coleções, mas uma versão “rosa pop” do tênis Geobasket, da temporada primavera/verão 2021, esgotou rapidamente. O único acessório da lista é o bucket hat com logotipo da Prada.

Em dois momentos, o Lyst Index fez questão de destacar que Gucci e Balenciaga uniram forças depois que o primeiro trimestre havia acabado. Portanto, o impacto da “collab” (que não é chamada oficialmente de colaboração) só será visto no próximo levantamento.

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Colaborou Hebert Madeira

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