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Vale diz que gastará R$ 6 bilhões a mais que o governo orçou para ferrovia

Empresa comunicou internamente que Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) poderá custar R$ 8,7 bilhões

atualizado

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Fábio Motta/Estadão
Vale
1 de 1 Vale - Foto: Fábio Motta/Estadão

Um fato relevante divulgado pela Vale em dezembro do ano passado informa que as obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO) poderão custar até R$ 8,7 bilhões, um valor que supera em R$ 6 bilhões a projeção inicial feita pela empresa junto ao Ministério da Infraestrutura.

A FICO terá aproximadamente 400 quilômetros de extensão e ligará as cidades de Mara Rosa, em Goiás, e Água Boa, no Mato Grosso. As obras deveriam ter começado em abril deste ano, mas o projeto permanece em estágio inicial.

Segundo o Ministério da Infraestrutura, “o projeto passou por ajustes finos para atender o componente ambiental, o que é fundamental para garantir a sustentabilidade do empreendimento, implicando em alterações no projeto de engenharia”. A pasta diz que a instalação do canteiro de obras da ferrovia e dos alojamentos teve início neste mês e que a fabricação dos pré-moldados que serão usados no empreendimento ocorrerá em setembro.

Com relação à discrepância entre os valores, o ministério diz que usou o instrumento de “investimento cruzado” para entrar em acordo com a Vale, o que significa que o valor de outorga foi abatido para que a empresa pudesse executar e entregar a ferrovia. “O valor estimado por estudo e acordado entre Estado e Vale é de R$ 2,7 bilhões. Ou seja, esta é a quantia necessária para realizar o empreendimento”, disse a pasta.

Em nota, a Vale informou que os valores do projeto diferem porque a empresa considerou em sua avaliação “custos indiretos e aqueles historicamente associados a riscos privados”, enquanto a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) se baseou no Sistema de Custos de Obras Rodoviárias (SICRO), que “representa parâmetros orçamentários referenciais aprovados pela administração pública federal”.

“Além disso, este sistema [SICRO] tem foco em projetos de construção de rodovias, implicando assim algumas diferenças ao ser utilizado no setor ferroviário. A Vale adota valores atualizados de mercado com foco na implantação do investimento”, afirmou a empresa.

A Vale também pontuou que a construção da FICO faz parte de um acordo assinado com o governo federal para a prorrogação do contrato relacionado à Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), outro projeto em desenvolvimento pela empresa. “Assim, a Vale assumirá os custos totais das obras, o que inclui a diferença de valores. O projeto básico retificado está orçado em R$ 8,7 bilhões.”

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