O Ministério da Defesa ignorou formalmente o acampamento golpista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército em Brasília, que durou mais de dois meses e culminou na depredação das sedes dos Três Poderes no 8 de janeiro. A pasta informou não ter produzido uma linha sequer sobre o acampamento erguido em área militar para exaltar golpes de Estado e de onde sairiam centenas de presos.
Por meio da Lei de Acesso à Informação, a coluna pediu ao ministério o acesso a todos os documentos sobre o acampamento em frente ao QG de outubro de 2022 a janeiro deste ano. O período abrangeu o fim do governo Bolsonaro, na gestão do ministro Paulo Sergio Nogueira, e o início do governo Lula, com o ministro José Múcio. A pasta respondeu que não produziu documento algum sobre o assunto.
Eventuais documentos do ministério poderiam revelar, por exemplo, se a pasta fez contatos formais com o Exército sobre a manutenção ou retirada do acampamento; com o governo do Distrito Federal, que depois sofreu uma intervenção por falta de comando da PM no 8 de janeiro; e até com o Palácio do Planalto, que sob Jair Bolsonaro estimulava os atos golpistas.