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Na PCDF, 635 policiais civis tiveram Covid. Veja perfil dos infectados

A Polícia Civil do DF registrou que 15,47% de toda a corporação já foi infectada pelo novo coronavírus. A maioria é mulher: 453

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
policiais civis
1 de 1 policiais civis - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O percentual de servidores da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) infectados com a Covid-19 chegou a 15,47%. Desde o início da pandemia, 635 policiais civis da ativa foram contaminados pelo novo coronavírus.

Um relatório interno do Departamento de Gestão de Pessoas da PCDF, da última terça-feira (16/3), obtido pela coluna Grande Angular, revela que o novo coronavírus foi a causa da morte de três profissionais que estavam na ativa (um agente de polícia, um papiloscopista policial e um agente policial de custódia) e de 11 aposentados.

Segundo o documento oficial, a Covid-19 afetou mais policiais do sexo feminino: 453 dos infectados são mulheres e 182 são homens.

Até terça-feira, dia em que o relatório da PCDF foi expedido, 573 dos 635 funcionários públicos que foram contaminados já tinham se recuperado e 59 estavam afastados em razão da doença.

As infecções na corporação chegaram ao pico em setembro do ano passado, quando 136 policiais civis tiveram a Covid-19. Nos meses seguintes, as contaminações diminuíram, mas, em fevereiro de 2021, acompanhando a alta dos casos no DF e no país, as infecções voltaram a subir, quando 50 servidores testaram positivo.

A maior incidência da doença entre os policias civis do DF ocorreu na faixa etária de 41 a 50 anos, com 282 casos e um óbito.

Dos 635 infectados da PCDF, até o momento, há 365 agentes de polícia, 80 agentes policiais de custódia, 73 delegados, 52 escrivães, 29 papiloscopista, 26 peritos criminais e 10 peritos médicos-legistas. Além dos funcionários públicos da ativa, 40 aposentados e 238 dependentes dos servidores tiveram diagnóstico positivo para o coronavírus.

A Policlínica da PCDF realizou 4.086 exames PCR e 3.695 testes rápidos, de acordo com o relatório.

Vacina

A vacinação contra a Covid-19 no Brasil caminha a passos lentos. Ainda não há previsão de quando os servidores da segurança pública serão imunizados. A distribuição de vacina para os policiais foi uma das reivindicações da carreata organizada pela União dos Policiais do Brasil (UPB), que ocorreu na última quarta-feira (17/3), em Brasília.

O presidente do Sindicato dos Delegados do DF (Sindepo-DF), Rafael Sampaio, disse à coluna que os policiais estão mais expostos à contaminação: “Atuamos na linha de frente e não temos respaldo do próprio Estado. A situação é dramática. Temos índice de contaminação alto e de afastamento ainda maior”.

Rafael Sampaio destacou que o grande número de infecções já era esperado. “Vínhamos cantando essa pedra há muito tempo, chamando atenção de que a polícia pode, em determinado momento, entrar em colapso. Algumas unidades praticamente fecharam por conta do alto índice de contaminação”, assinalou.

Recentemente, o Conselho Nacional dos Chefes de Polícia (CONCPC) recorreu ao Ministério da Justiça para pedir apoio na luta pela vacina. O colegiado, que reúne as polícias civis dos estados e do DF, é presidido pelo delegado-geral da PCDF, Robson Cândido.

No dia 10 de março, o CONCPC enviou ao ministro André Mendonça um ofício pedindo para que ele envidasse esforços no governo federal para priorização dos policiais civis na vacinação. “Precisamos evitar que mais profissionais se contaminem. Quando um grande grupo da corporação fica enfermo, este quadro gera um impacto para a segurança pública. Precisamos, o quanto antes, de vacina para os nossos colaboradores”, afirmou Robson Cândido à coluna.

Robson Cândido foi um dos contaminados. Ele teve Covid-19 e precisou ser internado na unidade de terapia intensiva (UTI), mas já se recuperou e voltou ao trabalho.

O que diz a PCDF

Em nota, a PCDF informou que, “desde o início da pandemia da Covid-19, adota todas as medidas sanitárias previstas, na intenção de proteger seus servidores e minimizar os riscos de contaminação, visto que a atividade de segurança pública é essencial à população e precisa ser prestada 24h, mesmo em tempos de pandemia”.

“Dessa forma, a instituição investiu na compra de luvas, EPIs, álcool em gel e máscaras. Instalou vidros de proteção em locais de atendimento ao público e promoveu o afastamento administrativo dos servidores que apresentam sintomas. A PCDF também ampliou o registro de ocorrências via internet, por meio da Delegacia Eletrônica, para reduzir a circulação de pessoas nas delegacias”, pontuou a corporação.

Segundo a PCDF, há também a realização de testes PCR pela Policlínica, que é a unidade de saúde da instituição, além da desinfecção constante de todos os ambientes de trabalho.

“Os servidores de grupos de risco, como idosos, gestantes, cardiopatas graves etc., ainda contam com a possibilidade de teletrabalho. A PCDF informa que, até o momento, 635 policiais da ativa foram infectados com o coronavírus, 573 estão curados e foram registrados três óbitos”, assinalou.

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