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Covid: em 15 dias, 19 policiais de departamento da PCDF testam positivo

Entre os contaminados, há delegados, escrivães e agentes de polícia do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor)

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Fachada da Cecor, na PCDF
1 de 1 Fachada da Cecor, na PCDF - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor), da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), recentemente fortalecido para repreender atos ilícitos praticados por organizações criminosas, teve uma baixa de servidores nos últimos 15 dias, em função da Covid-19.

Dos 93 funcionários públicos lotados no Decor, 19 (20,43%) testaram positivo para o novo coronavírus em um período de duas semanas. O número foi confirmado pela PCDF à coluna Grande Angular. A equipe reúne delegados, agentes de polícia e escrivães.

A onda de infecções no Decor começou após uma viagem a trabalho de um delegado e cinco agentes. Eles foram para São Paulo realizar diligências e voltaram já contaminados. Apesar da pandemia, os policiais não tiveram como interromper suas atividades, consideradas essenciais.

O diretor do Decor, delegado Leonardo de Castro, disse à coluna que a maior parte da equipe infectada se contaminou em diligências de campo, inclusive em outras unidades da Federação: “Por estarmos na linha de frente, ficamos sujeitos a um risco maior. Em especial o Decor, que intensificou os trabalhos na pandemia, inclusive com investigações na área da saúde”.

Castro pontuou que todas as medidas para evitar a proliferação do coronavírus estão sendo tomadas. Na tentativa de impedir o aumento do número de casos, a PCDF providenciou uma sanitização na sede do Decor, neste sábado (20/2). A unidade está localizada no Complexo da Polícia Civil, no Setor Policial.

A equipe do Decor tem um expediente dividido, com metade dos servidores trabalhando de manhã e o restante no turno da tarde, de forma que todos não fiquem juntos durante um mesmo período.

Nesta semana, o delegado-geral da PCDF, Robson Cândido, precisou recorrer a um hospital devido a complicações de saúde ocasionadas pelo coronavírus. Ele chegou a passar um dia em unidade de terapia intensiva (UTI), mas teve melhora e foi para um quarto comum, onde se recupera.

A Covid-19 infectou servidores de outras corporações da área de segurança pública, também vulneráveis por desempenharem atividades que não podem parar. Segundo balanço da Secretaria de Saúde deste sábado, 2.487 profissionais da segurança pública do DF foram contaminados e 30 morreram.

Vacinação

Presidente do Sindicato dos Policiais Civis do DF (Sinpol-DF), Alex Galvão contou que três policiais do Decor foram internados e um parou na UTI, mas já teve alta. Segundo Galvão, a entidade pediu a ampliação da sanitização para outras unidades da PCDF.

De acordo com o sindicalista, a categoria está na expectativa pela vacinação contra a Covid-19 para se proteger e também para evitar que o público atendido nas unidades policiais seja contaminado. “Nas delegacias circunscricionais, o atendimento acaba vulnerabilizando o público externo também”, comentou.

Os agentes de segurança estão incluídos no grupo prioritário para imunização. Eles foram colocados na quarta etapa, junto aos professores, conforme anunciado pela Secretaria de Saúde do DF em janeiro deste ano. Por enquanto, a vacinação na capital federal está na primeira etapa, e ainda não há previsão de aplicação das vacinas para os policiais.

Protocolo

A PCDF informou que sempre quando há um grupo de servidores infectados, além de continuar tomando as medidas de higiene habituais, um trabalho extra é feito para estancar as contaminações.

As providências incluem a testagem coletiva do setor e o afastamento dos infectados. Os profissionais que pegaram a Covid-19 só podem voltar ao trabalho após apresentarem PCR negativo.

No caso do Decor, de acordo com a PCDF, uma parte realizou o teste na última sexta-feira (19/2) e o restante deve ser submetido ao exame na próxima segunda-feira (22/2).

A corporação ainda pontuou que adquiriu luvas, máscaras e álcool em gel. No caso de suspeita, os testes são feitos na Policlínica. Nos locais de atendimento à população, vidros foram instalados.

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