metropoles.com

Exclusivo: vídeo mostra momento da prisão de diplomata por agressão

Polícia foi acionada por vizinhos que ouviram os gritos de socorro da namorada dele. Renato de Ávila Viana pagou fiança e foi liberado

atualizado

Compartilhar notícia

Material cedido ao Metrópoles
54
1 de 1 54 - Foto: Material cedido ao Metrópoles

O Metrópoles teve acesso exclusivo a imagens do momento em que policiais militares prenderam o diplomata Renato de Ávila Viana, na manhã desta quarta-feira (19/9). Ele foi detido após vizinhos ouvirem gritos de socorro da namorada dele no imóvel, na 304 Norte.

De acordo com os policiais, a vítima apresentava vários ferimentos nos braços. Autuado por dano ao patrimônio, desacato, lesão corporal e violência doméstica, Viana foi liberado horas depois de ser levado para a 5ª Delegacia de Polícia (área central). Ele pagou cerca de R$ 1 mil de fiança.

Confira:

 

De acordo com apuração da reportagem, Viana teve um ataque de ciúmes por causa de mensagens e ligações que estavam no celular da namorada. Ele teria jogado no chão o aparelho, que ficou destruído, agarrado a vítima pelos braços e a sacudido. Em seguida, a mulher teria se debruçado na janela e gritado por socorro.

Ao chegarem ao apartamento, os policiais teriam sido recebidos com xingamentos. Entres eles, “safados” e “vagabundos”. Como nem o diplomata nem a namorada abriram a porta, os PMs a arrombaram com um pontapé.

“Ouvi os gritos e ela [a namorada] pedindo socorro, mas não sei quem acionou a polícia. Provavelmente foi um vizinho que viu a confusão”, disse um dos moradores do bloco onde o diplomata mora, que preferiu não se identificar.

Confira imagens:

0

Advogada de Viana, Dênia Érica Gomes Magalhães assegurou que o episódio com a namorada não envolveu violência doméstica. “Tanto que o acusado pagou fiança e foi liberado”, disse a defensora. Logo após ser solto, o diplomata foi visto no prédio. A reportagem interfonou três vezes para o apartamento do acusado, mas o sinal só dava ocupado.

Reação
Em nota, a presidente da Associação dos Diplomatas do Brasil, Vitoria Cleaver, pediu celeridade na apuração dos fatos e “aplicação urgente de medidas cabíveis ao caso”.

Ainda segundo o texto, o órgão “manifestou preocupação junto à alta esfera do Ministério das Relações Exteriores (MRE) diante dos atos de agressão repetidamente praticados pelo diplomata Renato de Ávila Viana”.

O Metrópoles acionou o Itamaraty, que informou ter conhecimento do caso. Mas, até a última atualização desta matéria, não se manifestou sobre o episódio.

Facebook/Reprodução
O diplomata tem histórico de agressão contra mulheres

 

Outros casos
Em 17 de dezembro de 2017, o Metrópoles mostrou o envolvimento de Viana com episódios de agressão contra mulheres. Na ocasião, Bianca* disse ter perdido o dente da frente ao ser espancada pelo então namorado, Renato de Ávila Viana, de acordo com ocorrência registrada na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam). “Ele estragou o meu riso”, afirmou.

Bianca teve de colocar um dente provisório por não ter condições de pagar por um implante. O tratamento ortodôntico foi orçado em R$ 56 mil, pois houve entortamento da mordida e outros danos. Ela entrou na Justiça, em janeiro de 2017, para que Renato Viana arcasse com as despesas.

Em 18 de novembro de 2016, Bianca e Viana brigaram em um motel de Brasília. Eles conversavam sobre a possibilidade de reatar a relação, marcada por abusos e ocorrências policiais. Ela relatou ter se recusado a voltar, então ele a agrediu com chutes e uma cabeçada na boca. Funcionários do estabelecimento constam como testemunhas no processo que corre na Justiça.

Não foi a primeira vez que Bianca registrou uma ocorrência contra o diplomata. Em outra ocasião, ele a agarrou pelos seios, deixando-os roxos, e lhe causou diversos hematomas nos braços, pernas e pescoço da vítima, como mostra o laudo do Instituto Médico Legal (IML) incluído em outra ação pela qual o homem responde judicialmente. O crime ocorreu dentro do apartamento funcional ocupado pelo servidor, na 304 Norte.

Novo problema
Em março de 2018, Viana teve de se explicar, novamente para a polícia. A moradora da Asa Norte Jobeniva Melo, 60, registrou ocorrência na 1ª DP (Asa Sul), na qual acusa o servidor do Itamaraty de manter a filha dela, de 35 anos e com supostos problemas psiquiátricos, em cárcere privado. Pela segunda vez, Jobeniva procurou ajuda policial por temer pela vida da familiar.

Após o registro da ocorrência, Viana esteve na Deam, ao lado da filha de Jobevina, para prestar depoimento. Na ocasião, a mulher, que não teve o nome revelado, negou as agressões.

Essa mesma vítima estaria com Viana nesta quarta (19/9). Ela não quis fazer exame de corpo de delito no IML, embora apresentasse lesões nos pulsos. Primeiro, disse ter sido agredida. Depois, mudou a versão. Ressaltou que pediu socorro porque estava com medo de ser espancada. Mas, como ele não a teria agredido, a mulher não quis representar contra o diplomata.

*Nome fictício, a pedido da vítima

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?