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Exonerada, filha de ministro do TCU dispara: “GDF sai perdendo”

Cristiane Nardes foi demitida após Ibaneis tecer críticas ao fato de a Corte impedir o pagamento de aposentadorias com recursos do FCDF

atualizado

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Renato Alves/Transição
Cristiane Nardes
1 de 1 Cristiane Nardes - Foto: Renato Alves/Transição

Filha do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes, a recém-exonerada do Governo do Distrito Federal (GDF) Cristiane Nardes soltou o verbo. Horas após a demissão nesta sexta-feira (16/08/2019), a ex-secretária executiva de Governança e Compliance divulgou nota na qual torna público seu descontentamento. “O que acontece no TCU não é de minha responsabilidade. Acredito que o GDF sai perdendo com essa postura, em todos os sentidos”, disparou.

A guerra entre TCU e GDF surgiu com deliberação na qual a Corte de Contas suspendeu o pagamento de aposentadorias e pensões das áreas de saúde e educação com recursos do Fundo Constitucional do DF. Na quinta-feira (15/08/2019), o governador Ibaneis Rocha (MDB) fez críticas ácidas ao órgão de controle.

A ex-servidora rebateu a declaração feita pelo chefe do Executivo local sobre a exoneração. Ao Metrópoles, o emedebista disse desconhecer o ato e que tentaria reverter a situação. Por outro lado, Cristiane afirmou ter tomado conhecimento de sua saída na noite de quinta-feira (15/08/2019) pela chefe de gabinete de Ibaneis, Kaline Gonzaga Costa. “Se o governador sabia ou não, não sei”, assinalou.

Grávida de quatro meses, Cristiane passará a se dedicar exclusivamente ao bebê. Ela pontuou, ainda, contar com indenização por causa da demissão. A jornalista, de 37 anos, entrou nos quadros do GDF em 2016, na gestão de Rodrigo Rollemberg (PSB), como chefe de Planejamento e Gestão Estratégica da Secretaria de Mobilidade. No governo Ibaneis, foi alçada ao status de secretária.

Confira à íntegra da nota: 

“Meu trabalho sempre foi muito elogiado no GDF desde o governo passado, tenho formação técnica para isso, sempre mostrei resultados expressivos em tudo que fiz. O que acontece na Corte do TCU não é de minha responsabilidade. Acredito que o GDF sai perdendo com essa postura, em todos os sentidos. O GDF foi minha casa por quase quatro anos, tenho certeza que trilhei um caminho de respeito, defendo minhas posições em prol de uma sociedade mais próspera e de um serviço público mais decente, voltado para o interesse da população de Brasília. Neste momento da minha vida, quarto mês de gestação, com essa exoneração, não me resta outra coisa senão cuidar da minha gravidez e do meu bebê.”

Reprodução/DODF

Entenda

Ibaneis se irritou com a decisão do TCU que vai reduzir em R$ 2,6 bilhões o orçamento do GDF para honrar a folha de pessoal. “O Tribunal de Contas deveria tomar vergonha na cara e servir para alguma coisa que não seja atrapalhar a vida das pessoas. É um tribunal que não serve para nada: gasta bilhões e não serve para merda nenhuma”, disparou.

“Os ministros daquela Corte deviam respeitar a população do Distrito Federal, que precisa de segurança, saúde e educação. A grande maioria morando em imóvel que ganhou da União, não teve coragem nem de comprar um apartamento. Ganham salários astronômicos, com gabinetes enormes. Deviam ter vergonha na cara de decidir contra nossa população”, continuou.

Em nota, o TCU rebateu os ataques de Ibaneis: “O respeito mútuo sempre fez parte das relações entre o GDF e o TCU. O Tribunal trata com seriedade, transparência e observância à legislação todos os processos que julga. Exerce com zelo o papel de guardião dos recursos públicos, que lhe é atribuído pela Constituição Federal, e tem convicção de que cumpre o seu dever”.

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