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Tiny House: casal e dois filhos rodam o Brasil em minicasa de 27 m2

A família, que tem crianças de 4 e 7 anos, já morou no interior de SP; agora está no Rio Grande do Sul e quer chegar ao Rio Grande do Norte

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Arquivo Pessoal
Maria Isabel Corrêa Albornoz, 45 anos, Robson Lunardi, 40 anos, João Pedro, 7 anos e Lara Helena, 4 anos, são os moradores dessa tiny house
1 de 1 Maria Isabel Corrêa Albornoz, 45 anos, Robson Lunardi, 40 anos, João Pedro, 7 anos e Lara Helena, 4 anos, são os moradores dessa tiny house - Foto: Arquivo Pessoal

São Paulo – Maria Isabel Corrêa Albornoz, 45 anos, Robson Lunardi, 40 anos, João Pedro, 7 anos e Lara Helena, 4 anos moram em uma casa com dois quartos, sala, cozinha e banheiro com ofurô. A diferença é que o lar dessa família é uma minicasa (tiny house, em inglês) de 27 metros quadrados, foi construída sob rodas e pode ter qualquer endereço.

Para ser considerada uma tiny house, a moradia precisa ter até 37 metros quadrados. A minicasa pode ter uma base de trailer, uma fundação fixa ou ser transportável por um caminhão.

Mas não basta ser uma casa pequena, uma kitnet ou um studio. Aliás com os aluguéis cada vez mais altos, são cada vez mais comuns casas ou apartamentos brasileiros minúsculos.

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Casa pequena ou tiny house?

“O que define se é uma tiny house não é só o seu tamanho. É o estilo de vida que ela proporciona, o tiny living. Ela é projetada para se prática, funcional e utiliza métodos construtivos de uma casa convencional”, explicou Robson Lunardi ao Metrópoles.

Foi justamente a vida simples, prática, sustentável e com tempo livre que atraiu Robson e Bel para o movimento das tiny houses.

Síndrome de Burnout

Antes de morarem na minicasa, Robson e Bel moravam em uma casa de 167 metros quadrados na zona oeste da capital paulista. No entanto, viviam preocupados com as finanças e usavam apenas 50% do imóvel.

“Somos os primeiros moradores de tiny house no Brasil em tempo integral. Nós optamos por morar nessa casa por causa de uma síndrome de Burnout que eu e a minha esposa tivemos, fomos refletir a vida e adotamos o minimalismo”, contou Robson.

Pés Descalços

Ele nasceu em Osasco, na grande São Paulo, é estatístico e atuava na área financeira na capital paulista. Natural de Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul, Bel é turismóloga e trabalhava no setor de viagens e hotelaria também em São Paulo.

Os dois tiveram crises de Burnout, que podem ser resumidas como esgotamento profissional, em 2013. Juntos começaram a adotar hábitos mais saudáveis e passaram a compartilhar essa jornada no portal Pés Descalços.

Durante essa busca por outro estilo de vida, veio em 2015 o primeiro filho, João Pedro. Bel já se dedicava integralmente à maternidade, quando, em 2017, Robson pediu demissão do emprego.

Vida no interior

O casal vendeu tudo o que tinha, juntou as roupas e alguns pertences em malas. Os dois e o filho foram morar em uma casa de 5o metros em um sítio em Porangaba, no interior de São Paulo.

Foram dois anos e meio na pacata cidade enquanto isso construíram a própria tiny house, chamada por eles de Araraúna, que significa arara-azul em tupi-guarani.

Em 2019, se mudaram para a minicasa, que pouco tempo depois recebeu a quarta moradora. Em 2020, Robson e Bel foram aprovados no processo de adoção de Lara.

Viagens

De Porangaba a família seguiu para Santo Expedito, outro município do interior paulista, onde mora a família de Robson. Agora os quatro estão Santana do Livramento, cidade natal de Bel.

A família tem o desejo de continuar viajando, mas quer fazer isso de maneira que seja possível conciliar com a escola das crianças.

“Queremos chegar ao Rio Grande do Norte. Mas não vamos ficar viajando o tempo todo, queremos ter o convívio, a experiência real de cada cidade”, explicou o pai.

Sustentabilidade

Ao chegar em um novo ponto de parada, a rede elétrica da minicasa pode ser conectada em uma tomada em um posto de gasolina ou em um quadro de luz em um terreno. A conexão para abastecimento de água pode ser por uma mangueira.

A família destina a água usada para uma horta e usa uma privada seca, da qual os dejetos vão para uma compostagem específica. Robson destaca a sustentabilidade que a tiny house permite.

“Temos poucas roupas, não podemos ser consumistas, temos hábitos alimentares saudáveis, nossa alimentação é baseada em plantas”, contou.

Além do minimalismo e da sustentabilidade, outro conceito importante para viver bem em uma minicasa é a multifuncionalidade. “Tudo em uma tiny house tem função, nossa armário é escada”, exemplificou.

Liberdade

Outro premissa do movimento tiny living é a liberdade. Quando estava em Porangaba, a família tinha um quintal de 30 mil metros quadrados.

“Nosso quintal sempre infinito, é muito grande. Procuramos morar em locais com muito espaço na área externa, porque tiny house não é a ficar confinado em uma casa pequena. É um convite para viver na natureza, em comunidade”, contou o morador da Araraúna.

Robson agora divulga o movimento e projeta minicasas. Em uma parceria, ele construiu a Kamecasa, uma tiny house um caminhão, que será usada pela família e também poderá ser alugada. Ele participa ainda do Projeto Colibri, que faz minicasas sustentáveis e financeiramente acessíveis, e trabalha para a fabricante Tiny Houses Brasil.

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