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Suzano está apreensiva com apresentação de 3º suspeito do ataque

Mesmo sob sigilo, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que existe um mandado de busca e apreensão na casa no menor

atualizado

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RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES
Velerio das vitimas do ataque em escola de Suzano
1 de 1 Velerio das vitimas do ataque em escola de Suzano - Foto: RAFAELA FELICCIANO/METRÓPOLES

Enviado especial a Suzano (SP) – Dois dias após o massacre no Colégio Estadual Raul Brasil, é grande a angústia com a apresentação de um terceiro menor possivelmente envolvido no ataque que ocorreu na última quarta-feira (13/3) e que matou 10 pessoas.

O adolescente de 17 anos é suspeito de ajudar no planejamento do tiroteio. A polícia Civil do estado de São Paulo pediu à Justiça a apreensão dele.

Mesmo com o caso sob sigilo, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que existe o mandado de busca e apreensão na casa no menor. Policiais já estão no local.

O Metrópoles apurou que a polícia pediu que o menor fique retido por 45 dias, pois existe o risco de ele atrapalhar as investigações, na avaliação policial.

Contudo, a sanção contra o adolescente deve ser definida após uma audiência de custódia. Familiares informaram à polícia que apresentarão o jovem ainda na manhã desta sexta-feira (15/3).

Por volta de 9h20, o delegado de Suzano responsável pelo caso, Alexandre Dias, chegou à delegacia de polícia. Com outro policial, ele carregava uma bolsa que aparentava conter material apreendido. Questionado, ele não comentou do que se tratava. Segundo o delegado, o menino será ouvido no Fórum de Suzano.

Inicialmente, após ser apreendido, o adolescente participará da audiência de custódia no Fórum, com a participação de integrantes do Ministério Público e da Polícia Civil. O depoimento dele já foi colhido pelos investigadores logo após o ataque.

Nessa quarta-feira (14/3), A Polícia Civil de São Paulo informou que o menor suspeito de planejar o ataque com Guilherme Taucci Medeiros, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, não estava na escola no dia do tiroteio.

Segundo informações dos investigadores, o adolescente que será apresentado foi colega de classe de Guilherme. O trio teria planejado o ataque em novembro do ano passado.

Veja fotos do enterro de Samuel, uma das vítimas

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Veja fotos dos sepultamentos e velórios dessa quinta: 

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Crime e polícia 
Segundo as autoridades locais, a chegada da polícia na cena do massacre evitou que os criminosos matassem e ferissem mais gente (23 foram atendidos em hospitais da região). As investigações apontam que a dupla criminosa planejou o massacre durante um ano.

Imagens captadas por câmeras de segurança da rua onde fica a escola e da entrada da unidade de ensino mostram os criminosos chegando ao local e o ataque às vítimas. Após Guilherme Taucci Medeiros, de 17 anos, atirar contra alunos e funcionários, Luiz Henrique de Castro, 25, atingia com golpes de machado quem já estava no chão.

Quem eram 
Os dois responsáveis pelo massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), eram ex-alunos do colégio e usaram armas atípicas para atacar alunos e funcionários. O crime aconteceu no horário do intervalo, por volta de 9h30, quando os estudantes estavam fora das salas. Dez pessoas morreram – incluindo os autores e o tio de um deles, que não estava no colégio – e ao menos 23 vítimas foram encaminhadas a hospitais.

Os criminosos foram identificados como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25. O aniversário de Luiz Henrique seria no próximo dia 16, quando ele faria 26 anos. Já Monteiro atingiria a maioridade no dia 5 de julho.

O veículo fora roubado da concessionária do tio de Guilherme, morto antes de os assassinos irem para o colégio. Tanto o comerciante quanto a dupla de executores foram sepultados também nessa quinta, em cerimônias reservadas e acompanhadas por poucos familiares.

Veja imagens do massacre em Suzano:


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Relatos
Sobreviventes contaram ao Metrópoles terem passado ao lado de corpos de amigos para escaparem da fúria dos criminosos. Um estudante chegou ao hospital mais próximo ainda com o machado usado por Luiz Henrique cravado no ombro. A notícia de que havia algo errado na escola, onde boa parte da população estudou ou tem ainda algum conhecido matriculado, se espalhou rapidamente. Desesperados familiares também correram para o colégio à procura de suas crianças.

O delegado-geral de Polícia de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, disse nessa quinta-feira, que existia a possibilidade de haver um outro adolescente envolvido no planejamento do ataque. Nesta sexta, ele foi apreendido e enviado ao Fórum da cidade.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
O assassino mais jovem foi sepultado no jazigo da família: ele matou o tio antes do massacre na escola

Apelos pela paz
Antes mesmo da divulgação de que outras pessoas possam estar envolvidas no crime, e ainda circulando pela cidade, o medo de novos ataques já dominava os moradores de Suzano. A comunidade tem se unido em oração – antes dos velórios e sepultamentos, participaram de missavigília em frente ao Colégio Estadual Rui Barbosa. Deixaram no muro flores, velas e mensagens em honra aos mortos e feridos na tragédia.

Rafaela Felicciano/Metrópoles

Velas foram acesas e flores, depositadas junto ao muro da Escola Professor Raul Brasil, em Suzano

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