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Suzano: 15 mil se despedem de vítimas. Enterros continuam nesta sexta

Em peso, população de Suzano prestou últimas homenagens a mortos no massacre em escola. Dois corpos ainda serão sepultados

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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1 de 1 enterro suzano_flores brancas - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Enviado especial a Suzano (SP) – Já duram mais de 24 horas as homenagens dos moradores de Suzano, distante 50 km da capital paulista, às vítimas dos dois assassinos que atacaram alunos e funcionários da Escola Estadual Raul Brasil na quarta-feira (13/3). Desde a madrugada e até o fim da tarde desta quinta (14), 15 mil pessoas passaram pelo Parque Max Feffer, conhecido como Arena Suzano, onde houve o velório coletivo de seis vítimas: cinco estudantes e a servidora da escola Eliane Regina Oliveira Xavier.

Os enterros dela e dos alunos Samuel Melquíades Silva de Oliveira, Caio Oliveira, Claiton Antonio Ribeiro e Kaio Lucas da Costa Limeira ocorreram ao longo da tarde. Horas antes, houve o sepultamento do comerciante Jorge Antonio Morais, morto pelo sobrinho de 17 anos, um dos assassinos, antes do ataque no colégio. Os dois responsáveis pela chacina também foram enterrados logo cedo.

Nesta sexta-feira (15), em horários ainda não definidos, a comunidade enlutada promete manter a mobilização, corrente de orações e homenagens nas despedidas da coordenadora da escola, Marilene Ferreira Vieira Umezo, e do aluno Douglas Murilo Celestino.

 

O primeiro corpo chegou por volta das 15h50 desta quinta no cemitério, e os sepultamentos das outras vítimas foram realizados a cada 30 minutos. A movimentação de familiares, amigos, funerárias e moradores de Suzano que prestam suas homenagens dificultou o trajeto dos corpos.

Veja imagens das cerimônias:

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A partir dos últimos enterros, a atenção dos moradores se volta de forma mais intensa à recuperação dos sobreviventes: tanto dos mais de 20 feridos quanto dos que, embora sem ferimentos físicos, precisem superar o trauma para seguir adiante.

As aulas estão suspensas em todas as escolas estaduais e municipais de Suzano. Nesta sexta-feira (15), no colégio palco da tragédia, professores se reunirão para discutir como acolher os sobreviventes no retorno, semana que vem. Na próxima segunda (18), apenas servidores estarão na unidade, para fechar as ações de acolhimento. A partir de terça-feira (19), com o apoio de especialistas (psicólogos e assistentes sociais, entre outros), os alunos estarão de volta.

Veja imagens do massacre em Suzano (SP):

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Entenda o massacre em Suzano (SP)
A escola de Suzano onde ocorreu o massacre fica a cerca de 50 km da capital do estado, São Paulo, e tem ensino fundamental e médio, além de um centro de línguas. Lá estudam cerca de 1 mil alunos e trabalham 121 funcionários.

 

Vídeos
Minutos após o ataque, um cenário de horror se formou no colégio Raul Brasil. As imagens mostram alunos caídos no chão e uma grande quantidade de sangue espalhada pelo local. Na gravação, é possível ver ao menos cinco corpos nos corredores da escola.

Estudantes correm no pátio, gritando em direção à pessoa que está gravando. Em desespero, uma aluna pede socorro. “Me ajuda, meu Deus”, berrou, ao sair correndo.

Imagens gravadas por câmeras de segurança na rua da escola filmaram o momento em que os dois atiradores estacionaram um Ônix branco em frente ao colégio e entraram para cometer o massacre. O vídeo foi divulgado pelo site O Antagonista.

Nas imagens, é possível ver o carro estacionando em frente ao portão de entrada da escola. Logo em seguida, o passageiro desce do veículo e parece conversar com o motorista. Com uma mochila nas costas e carregando algo nas mãos, ele deixa a porta por onde saiu aberta e dá a volta por trás do automóvel, parando ao lado da janela do condutor.

O rapaz parece continuar o diálogo com o motorista do carro por alguns instantes, em seguida se vira e entra na escola. O condutor fica no veículo por alguns minutos, mas logo sai com certa pressa e atravessa o portão do colégio. Assim como seu comparsa, ele levava uma mochila nas costas e carregava algo nas mãos. Em poucos segundos, vários adolescentes aparecem fugindo.

Após os assassinatos, Guilherme Taucci Monteiro, o mais novo, matou Luiz Henrique de Castro e cometeu suicídio.

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