metropoles.com

STF põe em pauta o uso de vestimentas religiosas em fotos oficiais

Tres anos após uma freira ter sido proibida de usar o “hábito” em foto oficial, STF avalia se princípio de liberdade religiosa foi ferido

atualizado

Compartilhar notícia

Cesar Machado/Valepress
Na foto, freira Kelly
1 de 1 Na foto, freira Kelly - Foto: Cesar Machado/Valepress

Nesta quintta-feira (8/2), o Supremo Tribunal Federal (STF) começa a analisar o recurso que permite o uso de trajes religiosos que cobrem a cabeça ou parte do rosto em fotos de documentos oficiais. Há 13 anos a freira Kelly Cristina Favaretto, da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família, com sede em Cascavel (PR), não pôde renovar a carteira de motorista porque se negou a retirar o “hábito”, vestimenta religiosa, para a foto.

A decisão do STF terá impacto em disputas semelhantes que envolvam vestimentas de diferentes religiões, entre elas, por exemplo, o hijab usado por mulheres muçulmanas. O relator do caso será Luís Roberto Barroso, atual presidente do tribunal. Será avaliado se a obrigação de retirar as vestes fere o princípio de liberdade religiosa.   

Em 2011, quando a freira Kelly foi impedida de renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) disse que o motivo para a recusa era a Resolução nº 192/2006 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que proíbe o uso de qualquer acessório ou vestuário que cubra parte do rosto ou da cabeça.

Entretanto, no mesmo ano, Kelly havia tirado duas fotos oficiais usando a veste religiosa. Através de ação judicial, a freira teve o direito de fazer a foto com a peça garantido.

O Ministério Público Federal chegou a mover ação civil pública contra o Detran-PR, solicitando a autorização para o uso dos trajes religiosos em fotos de documentos. Em resposta ao órgão, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região reconheceu o direito das freiras.

Porém, a União recorreu da decisão, encaminhando o caso ao STF por conta do envolvimento de questões constitucionais no caso, como liberdade religiosa e segurança jurídica.

No julgamento desta quinta, serão apresentados os argumentos de advogados e representantes envolvidos no caso. Mas a data disponibilizada para os votos dos ministros ainda não foi divulgada. Estarão presentes a União Nacional das Entidades Islâmicas, Associação Nacional de Juristas Evangélicos e Centro Brasileiro de Estudos em Direito e Religião, entre outros.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?