Goiânia – O avanço do número de casos da Covid-19 aumenta a preocupação de autoridades de Goiás em meio à confirmação oficial de que o estado acumula sete variantes do novo coronavírus. Em apenas uma semana neste mês, o estado confirmou três variações do vírus.
A informação foi repassada ao Metrópoles pela superintendente estadual de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Flúvia Amorim.
O sinal de alerta aumenta diante do risco de ao menos 14 pessoas estarem contaminadas com a variante do Reino Unido no Entorno do Distrito Federal. Ela foi confirmada como uma das mais transmissíveis e a que mais gera ocupação de leitos em hospitais, além de aumentar a mortalidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Mapa da primeira semana de análise da gravidade da pandemia em Goiás, conforme as regiões. Seis estavam em nível de calamidade e correspondiam a 89 cidades goianasSES-GO

Coveiro se prepara para mais um sepultamento de vítima da Covid-19, em Goiânia. Situação preocupanteVinícius Schmidt/Metrópoles

Vacinas estão sendo aplicadas na população conforme os lotes chegamVinícius Schmidt/Metrópoles

Leitos para UTI destinados para Covid têm sido abertos constantementeVinícius Schmidt/Metrópoles
As constatações
Em apenas uma semana, foram confirmadas três variações do vírus. Em Goiás, quatro dias depois da última confirmação da variante do Reino Unido – a B.1.1.7 –, saiu a confirmação da cepa P1, oriunda de Manaus, de acordo com resultado de exame concluído na segunda-feira (15/2).
“A P1 não tem identificação de forma comunitária no estado ainda. Temos apenas os pacientes que vieram de Manaus e foram atendidos em Goiás”, afirma Amorim. “De 31 amostras nesses pacientes, 15 eram de variantes de Manaus”, acrescenta.
Em Goiás, as variações do Reino Unido e P1 são as que mais causam preocupação das autoridades, por causa do risco de maior transmissão delas em relação às demais, que, de acordo com a superintendente, não são tão graves.
A P2, que também é proveniente de Manaus, foi identificada em uma pessoa de Ceres, a 179 quilômetros de Goiás, no dia 8 de fevereiro. Foi o primeiro caso de identificação de um nova linhagem do coronavírus no estado.
No país, a P2 circula, normalmente, desde o ano passado. O Distrito Federal foi a primeira unidade federativa a identificá-la, em julho, de acordo com o Painel de Acompanhamento de Genoma da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo a superintendente Flúvia Amorim, não há registro de que a P2 seja mais transmissível e, por isso, cause aumento no número de casos da Covid-19.
‘Ainda’
Em Goiás, que enfrenta aumento de casos de morte por Covid-19, ainda não há confirmação oficial laboratorial de transmissão comunitária, sem identificação da fonte, nem da variante de Manaus e nem da variante do Reino Unido. “Importante falar ‘ainda’ porque isso é uma questão de tempo”, alerta a superintendente.
“Apesar de a gente não ter encontrado [as variantes] de forma comunitária, não se pode confirmar que não haja. Existe grande possibilidade de ser comunitária, só não há confirmação laboratorial disso ainda”, afirma. Ela reforça que, no caso do Entorno, a fonte de contaminação foi identificada.
Em todo o estado, até as 10h30 de quint-feira (18/2), havia 376.831 casos de Covid-19 confirmados e 8.109 mortes.
Temor
Esta semana, o próprio governador Ronaldo Caiado (DEM) se mostrou preocupado diante da identificação de novas linhagens do coronavírus em Goiás. “Estamos temerosos”, admitiu.
O governo chegou a suspender ponto facultativo e feriado para o funcionalismo público no Carnaval deste ano para tentar diminuir a circulação de pessoas. Prefeituras também caminharam neste sentido.
Mas, ainda assim, flagrantes de desrespeito foram registrados. Esta semana, a Secretaria de Saúde adotou um mapa para acompanhar a situação da doença nas cidades.