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Pazuello culpa hospitais e “dificuldades técnicas” por caos em Manaus

Em relatório lido pelo ministro da Saúde no plenário, técnicos do SUS não indicaram falta de oxigênio nas unidades de saúde

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Eduardo Pazuello no Senado 5
1 de 1 Eduardo Pazuello no Senado 5 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Alvo de pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou, na tarde desta quinta-feira (11/2), que seu ministério não teve relação direta com o desabastecimento de cilindros de oxigênio que causou colapso no sistema de saúde de Manaus (AM) e demais municípios do Amazonas. 

Em relatório lido pelo ministro no plenário, técnicos da Sistema Único de Saúde (SUS) afirmam que o desabastecimento de oxigênio dos hospitais de Manaus (AM) resultou de “problema na rede de gás do município” e de “deficiência na gestão dos hospitais”.

“Os fatos relatados puros e secos indicam deficiência na gestão dos hospitais por colapso e dificuldades técnicas em redes de gases. Em momento algum fala sobre falta de oxigênio, colapso de oxigênio ou previsão de falta de oxigênio”, afirmou.

Confrontado a dar esclarecimentos por senadores, Pazuello defendeu que o Ministério da Saúde foi “além da sua competência” para tentar contornar a situação crítica no estado.

“Ficou claro que o Ministério da Saúde não tem qualquer competência para fabricação, distribuição e transporte de oxigênio. Ministério da Saúde não tem qualquer competência para gestão e saúde em estados e municípios. Zero competência”, afirmou.

Pazuello defendeu que o governo federal trabalha pela “vacinação acelerada” no estado. “Estou vivendo muito sério isso, não é uma brincadeira. Estou falando da minha gente. É da minha família. Nada ficou para trás. Todas as ações foram proativas e a vacinação será proativa também. Quem vai fazer a vacinação acelerada em Manaus é o Ministério da Saúde com o Ministério da Defesa. Vamos vacinar todos acima de 50 anos, este é o desenho que está se desenvolvendo nas últimas semanas”.

O general defendeu que o ministério iniciou as ações de controle antes mesmo de tomar conhecimento do crescimento de casos no estado.

“Só em 13 de janeiro confirmou-se a nova cepa. Fizemos um alerta epidemiológico. Não havia como fazer bloqueio em Manaus, não existe fazer uma redoma em Manaus e achar que resolveu o problema. [A nova cepa] já estava em circulação”, ressaltou.

Conforme Pazuello, atualmente, o estado apresenta “tendência de quedas” no número de casos e de mortes por Covid-19.

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Aos parlamentares, o ministro defendeu que a gestão da pasta em território amazonense se resumiu em seis estratégias (veja abaixo).

  1. Regularizar o fluxo de oxigênio;
  2. Reorganização e reforço da atenção primária;
  3. Reorganização e reforço da atenção especializada;
  4. Remoção aérea de pacientes;
  5. Vacinação; e
  6. Atenção à saúde indígena.

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